Com o compromisso de tornar-se o melhor coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei), Isac Oliveira Wajuru, do Povo Wajuru de Rondônia, tomou posse como o mais novo gestor da instituição no país e o primeiro indígena à frente da pasta de Porto Velho. Desde o último dia 25 de abril, Wajuru passou a coordenar os trabalhos do Dsei. “Anteriormente eu exercia a função de secretário executivo do Conselho Distrital de Saúde Indígena Condisi/PVH”, explica.
Ocorrida no Instituto Federal de Rondônia (Ifro) nesta sexta-feira (30), a cerimônia foi marcada por simbolismos e a promessa de responder a necessidade dos polos de Porto Velho, Guajará-Mirim, Jaru, Ji-Paraná, Alta Floresta D’Oeste e Humaitá, no Amazonas, totalizando aproximadamente 18 mil indígenas entre eles 14 mil aldeados e 3 mil vivendo nas zonas urbanas.

Do Povo Wajuru, da comunidade Porto Rolim, em Alta Floresta D’Oeste, Isac traz consigo a linhagem e a determinação de quem é conhecedor das dificuldades dos povos originários no Brasil e em especial Rondônia.
Além disso, Wajuru, de 26 anos, assume o Dsei Porto Velho como o primeiro indígena sendo ele o mais novo no Brasil. O jovem ascende ao cargo por indicação das lideranças mais velhas e do movimento indígena no estado. Como meta, Isac tem a missão, segundo ele “a de resgatar a política nacional de atenção aos povos indígenas”.

De acordo com o governo federal, o Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) é a unidade gestora descentralizada do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS). É um modelo de organização de serviços – orientado para um espaço etno-cultural dinâmico, geográfico, populacional e administrativo bem delimitado – que contempla um conjunto de atividades técnicas, visando medidas racionalizadas e qualificadas de atenção à saúde. Promove a reordenação da rede de saúde e das práticas sanitárias e desenvolve atividades administrativo-gerenciais necessárias à prestação da assistência, com o Controle Social.

No Brasil, são 34 DSEI divididos estrategicamente por critérios territoriais, tendo como base a ocupação geográfica das comunidades indígenas. Não obedece aos limites dos estados. Sua estrutura de atendimento conta com unidades básicas de saúde indígenas, polos bases e as Casas de Saúde Indígena (CASAI).