O sindicato internacional de jogadores FIFPro emitiu um alerta urgente sobre o calendário de competições no futebol, pedindo que as entidades esportivas encontrem uma maneira de proporcionar períodos adequados de descanso e recuperação aos atletas. A organização de jogadores aponta que muitos estão chegando ao “ponto de ruptura” devido à falta de temporadas de folga suficientes.
Em seu relatório de monitoramento da carga de trabalho para a temporada 2024-2025, a FIFPro apresentou evidências claras do aumento dos riscos à saúde e ao desempenho dos jogadores. O congestionamento do calendário afeta principalmente aqueles que participaram da Copa do Mundo de Clubes.
Menos de um mês de descanso
O relatório mostra que grandes clubes europeus, como PSG, Chelsea, Real Madrid e Manchester City, tiveram menos de 28 dias de intervalo entre as temporadas, que é o mínimo recomendado. Os finalistas do torneio interclubes, PSG e Chelsea, tiveram até menos de duas semanas de pré-temporada, o que é menos da metade do mínimo aconselhado.
Maheta Molango, presidente-executivo da Associação de Jogadores Profissionais de Futebol e membro do conselho da FIFPro, critica a maneira como o problema é discutido. Segundo ele, o principal problema é que as pessoas olham para o calendário “apenas isoladamente” ou por um período específico.
Molango destacou o caso de Cole Palmer, jogador do Chelsea e da seleção inglesa, que pode passar três verões consecutivos sem descanso se for convocado para a próxima Copa do Mundo de 2026. Palmer, que venceu a Copa do Mundo de Clubes, já sofreu problemas na virilha duas vezes neste início de temporada.
Contraste com outros esportes
O relatório da FIFPro enfatiza o contraste entre o futebol e outras grandes ligas esportivas globais:
Ligas dos EUA (NBA e MLB): Garantem aos seus jogadores um período de intertemporada de pelo menos 14 a 15 semanas, mesmo para aqueles que chegam às finais.
Times Europeus de Futebol: Tiveram apenas cerca de três semanas para se recuperarem, segundo o relatório.
Alexander Bielefeld, diretor de política e estratégia global da FIFPro, alertou que o momento da Copa do Mundo de Clubes teve um “impacto extremamente negativo nos períodos de descanso e recuperação dos jogadores e também no período de retreinamento”.