A defesa do jogador Bruno Henrique, do Flamengo, informou que vai recorrer da decisão da Justiça do Distrito Federal que o tornou réu por fraude em apostas esportivas. Em nota enviada nesta segunda-feira, 28 de julho de 2025, o escritório de advocacia afirmou que o Poder Judiciário “rejeitou quase que a integralidade da denúncia formulada pelo Ministério Público” e que a parte remanescente será “prontamente esclarecida, de modo a ensejar o arquivamento”.
A defesa reiterou que Bruno Henrique “segue confiando na Justiça, enquanto mantém foco e dedicação total à vida de atleta de futebol, certo de que jamais tomou parte em qualquer esquema de apostas esportivas”. O irmão do jogador, Wander Nunes Pinto Júnior, também virou réu no processo.
Acusação e desdobramentos judiciais
A acusação principal é que Bruno Henrique teria forçado um cartão amarelo durante uma partida entre Flamengo e Santos, em novembro de 2023, no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, para favorecer apostadores. Segundo o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), Wander Nunes Pinto Júnior teria intermediado a negociação e repassado informações privilegiadas sobre o jogo.
A decisão de tornar o jogador e seu irmão réus foi proferida na sexta-feira, 25 de julho, pelo juiz Fernando Brandini Barbagalo, da 7ª Vara Criminal de Brasília, que aceitou parte da denúncia do MPDFT. No entanto, o magistrado rejeitou a acusação de estelionato contra Bruno, Wander e outros sete suspeitos, sob o argumento de que faltou a representação formal das vítimas — neste caso, as próprias casas de apostas.
O MPDFT informou que também vai recorrer dessa decisão para que os nove denunciados se tornem réus por estelionato, conforme a denúncia original. O recurso será analisado pelo próprio juiz Fernando Barbagalo. Ainda não há data prevista para o julgamento do caso.
Medidas cautelares e investigação em curso
O juiz do Distrito Federal também negou o pedido do Ministério Público para decretar medidas cautelares contra Bruno Henrique, como a aplicação de fiança de R$ 2 milhões, a proibição de criar contas em plataformas de apostas, o veto a apostas diretas ou indiretas e a suspensão de contratos de publicidade com casas de apostas.
Quando forem citados formalmente, Bruno Henrique e Wander Nunes Pinto Júnior terão um prazo de 10 dias para apresentar suas defesas. De acordo com a investigação, Bruno Henrique teria avisado previamente ao irmão que provocaria intencionalmente o cartão amarelo. Com essa informação privilegiada, Wander teria incentivado o irmão a seguir o plano e repassado a informação a outras pessoas para que apostassem em diversas plataformas. O volume elevado e suspeito de apostas teria levado as casas a bloquearem os pagamentos.
A denúncia do MPDFT abrange crimes de fraude a resultado ou evento esportivo e estelionato praticado contra as empresas operadoras.