A recente fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a nomeação de Carlo Ancelotti como técnico da Seleção Brasileira ganhou repercussão além das fronteiras. Em visita à China, Lula afirmou que “não é preciso um estrangeiro para comandar a Seleção” e sugeriu uma convocação composta apenas por atletas que atuam no Brasil.
Mesmo reconhecendo a competência do treinador italiano, o presidente foi direto: “O Brasil tem técnicos bons e jogadores suficientes por aqui. Que tal fazer uma Seleção só com quem joga no Brasil? Vamos ver o que acontece.”
A declaração gerou críticas e apoios dentro do país, mas o que surpreendeu foi a atenção da imprensa internacional. O jornal espanhol AS destacou a insatisfação de Lula com a contratação de um técnico estrangeiro, enquanto o britânico The Guardian abordou a fala como um reflexo da preocupação com a perda de identidade do futebol brasileiro. Já a rádio espanhola Cadena SER chamou o caso de “problema de Estado”.
Para muitos analistas, o comentário de Lula revela mais do que uma opinião sobre futebol: trata-se de um aceno à valorização da cultura nacional em um esporte globalizado. O momento também reaquece discussões sobre o distanciamento entre a Seleção e o torcedor comum, que se vê pouco representado por um time formado majoritariamente por jogadores que atuam na Europa.
Ancelotti, por sua vez, segue trabalhando à distância, enquanto Tite ainda conduz interinamente a equipe. O técnico italiano, multicampeão por clubes como Real Madrid, Milan e Chelsea, deve assumir de fato nas datas FIFA de junho, com foco na preparação para a Copa do Mundo de 2026.
A CBF, que não se pronunciou oficialmente sobre as falas do presidente, aposta na experiência de Ancelotti para resgatar o protagonismo perdido. Mas a repercussão do episódio mostra que, no Brasil, futebol e política seguem profundamente entrelaçados.
Fontes: AS (Espanha), The Guardian (Reino Unido), Cadena SER (Espanha), Times of India (Índia), CNN Brasil, Carta Capital, Poder360.