Permitam-me, nesta noite de contemplação celeste, registrar minhas observações sobre o extraordinário visitante que cruza nossos céus, o cometa designado 3I/ATLAS, terceiro objeto de origem extrassolar confirmado a adentrar nosso sistema planetário. Descoberto em 2024, este peregrino cósmico provém das profundezas insondáveis do espaço entre as estrelas. Sua trajetória hiperbólica revela, inequivocamente, sua natureza extrassolar. Não está gravitacionalmente ligado ao nosso Sol. É apenas um viajante de passagem, testemunha silenciosa de outros sóis distantes.
Então, qual o motivo de tanto barulho?
Imagine que você mora em uma pequena vila isolada e, de repente, uma garrafa com uma mensagem chega flutuando até sua praia. Mas essa mensagem não veio de outro continente, veio de “outro planeta”, Marte, por exemplo. Isso é, essencialmente, o que o cometa 3I/ATLAS representa para nós.
A maioria dos cometas que vemos no céu são “vizinhos de bairro”. Eles nasceram aqui, no nosso Sistema Solar, há bilhões de anos, e ficam orbitando o Sol em trajetórias previsíveis. Alguns vêm da Nuvem de Oort, uma região distante, mas ainda parte da nossa “casa cósmica”.
Porém, o 3I/ATLAS é diferente: ele veio de fora do nosso sistema solar. Ele nasceu orbitando outra estrela, em outro sistema planetário, possivelmente a dezenas ou centenas de anos-luz de distância. Por algum evento cósmico, talvez a influência gravitacional de um planeta gigante ou o encontro próximo com outra estrela, ele foi ejetado de seu sistema natal e vagou pelo espaço interestelar por milhões ou bilhões de anos, até cruzar nosso caminho.
E qual a importância de tudo isso?
Se fizermos outra analogia, o 3I é uma “Cápsula do Tempo Alienígena”, pois carrega em sua composição química as “impressões digitais” de outro sistema estelar — como os tipos de gelo que possui, os elementos presentes e a proporção entre diferentes isótopos. Ao estudar esse cometa, podemos aprender sobre as condições em torno de outra estrela, algo que nossos telescópios mais poderosos mal conseguem fazer. É como receber uma amostra grátis do espaço profundo entregue diretamente à nossa porta.
E não é a primeira vez que essa oportunidade surge. Até 2017, quando descobrimos o primeiro objeto extrasolar, o “ʻOumuamua”, pensávamos que nosso Sistema Solar era relativamente isolado. Agora sabemos que há um “tráfego” constante de objetos viajando entre as estrelas. Isso pode transformar nossa compreensão sobre quantos corpos vagam pela galáxia ou sobre como sistemas solares trocam material entre si.
Aqui surge a pedra angular da ciência: será possível que a própria vida viaje entre estrelas (panspermia)?
Essas visitas são o mais próximo que teremos de algo originado fora do Sistema Solar, pois nunca visitaremos outra estrela em nossas vidas — as distâncias são inimagináveis. A estrela mais próxima está a 4 anos-luz de distância, e, com nossa tecnologia atual, levaríamos dezenas de milhares de anos para alcançá-la.
Mas o 3I/ATLAS “veio até nós”.
É o mais próximo que teremos de uma “visita” de outro sistema estelar. Cada medição que fazemos, cada foto registrada, é uma oportunidade única de estudar material formado em condições completamente diferentes das nossas. São esses cometas que nos permitem testar teorias astronômicas e astrobiológicas.
Mas deixai-me agora despir as vestes do astrônomo e vestir o manto púrpura do alquimista, pois este cometa fala também a linguagem hermética.
O cometa 3I/ATLAS representa a “Matéria Prima Universal” em seu estado mais puro, pois é substância que jamais conheceu a corrupção de nossa esfera sublunar, virgem das influências planetárias locais. É o “Mercúrio Filosófico” celestial, o dissolvente universal que atravessa as esferas cristalinas.
E por que dissolvente?
A resposta alquímica nos diz que este é um tempo de nigredo, a putrefação necessária. O cometa traz consigo a dissolução das certezas antigas. Nossa humanidade, que se julgava o centro do cosmos, agora recebe “visitantes” de outros sistemas estelares, lembrando-nos de nossa pequenez e, paradoxalmente, de nossa conexão com o Universo.
A alquimia ensina que o “solve” (dissolução) precede o “coagula” (coagulação). Este visitante dissolve nossa ilusão de isolamento cósmico, preparando a humanidade para a próxima fase da Grande Obra: a compreensão de nossa verdadeira natureza como seres interestelares. Somos todos feitos de estrelas!
Nos textos herméticos, cometas sempre foram presságios — não de desgraças, como crê o vulgo ignorante — mas de transformações. O 3I/ATLAS anuncia a Era da Transmutação do Conhecimento, quando a humanidade finalmente compreenderá que:
“O que está embaixo é como o que está em cima, e o que está em cima é como o que está embaixo, para realizar os milagres de uma única coisa.”
Este cometa, nascido sob outras constelações, prova que a Tábua de Esmeralda se estende por toda a galáxia. Que os sábios observem este sinal nos céus não apenas com telescópios!
Marco Mammoli, Mestre Conselheiro e membro do Conselho do Colégio de Magos e Sacerdotisas.
O Colégio dos Magos e Sacerdotisas está aberto a novos membros, neófitos e iniciados, para o aprendizado e aprimoramento das Ciências Ocultas.
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