A menor taxa de desemprego já registrada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) foi impulsionada por um aumento significativo de vagas no setor de educação. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, na quinta-feira, 31 de julho, que a taxa de desocupação do segundo trimestre de 2025 ficou em 5,8%, o menor patamar da série histórica iniciada em 2012. O mercado de trabalho brasileiro alcançou a marca recorde de 102,3 milhões de pessoas ocupadas.
O Impacto da Educação no Mercado
Dos dez grupamentos de atividade analisados, apenas um apresentou expansão expressiva: “administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais”. Este setor adicionou 807 mil postos de trabalho, um aumento de 4,5% em relação ao primeiro trimestre. O principal motor desse crescimento foi a educação pública e privada.
De acordo com Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, o crescimento tem um caráter sazonal. A recontratação de professores, serventes, inspetores e porteiros acontece no início do ano letivo, a partir de março. A atividade de saúde também contribuiu para o resultado positivo, mas a educação teve a maior relevância na recuperação do mercado de trabalho.
Metodologia da Pesquisa e o Histórico
A Pnad Contínua divulgada é a primeira com a nova amostra representativa de domicílios, baseada no Censo 2022. O IBGE reponderou a série histórica, mas a coordenadora Adriana Beringuy garante que a dinâmica do mercado de trabalho se manteve a mesma. A variação na taxa de desocupação foi mínima, não ultrapassando 0,1 ponto percentual em apenas 25 dos 159 trimestres pesquisados.
O maior índice de desemprego na série, de 14,9%, foi registrado durante a pandemia da covid-19, nos trimestres móveis encerrados em setembro de 2020 e em março de 2021. Desde outubro de 2021, a taxa não sofreu alterações significativas.