O Brasil registrou uma taxa de desemprego de 5,8% no segundo trimestre de 2025, o menor patamar desde o início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2012. Os dados, divulgados nesta quinta-feira, 31 de julho de 2025, no Rio de Janeiro, fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. O levantamento também aponta que o país alcançou recordes em emprego com carteira assinada e no salário do trabalhador.
A menor taxa de desocupação anterior havia sido registrada em novembro de 2024, com 6,1%. No primeiro trimestre de 2025, o índice estava em 7%, e no segundo trimestre de 2024, era de 6,9%. No período de três meses encerrado em julho, o Brasil contava com 102,3 milhões de trabalhadores ocupados e cerca de 6,3 milhões de desocupados. O número de pessoas em busca de trabalho recuou 17,4% (menos 1,3 milhão de pessoas) em relação ao primeiro trimestre, enquanto o número de ocupados cresceu 1,8% de um trimestre para o outro, adicionando 1,8 milhão de pessoas ao mercado de trabalho.
Crescimento do Emprego Formal e Informal
O contingente de trabalhadores com carteira assinada atinge recorde, e a informalidade registra o menor nível desde 2020.
O contingente de pessoas com carteira assinada no setor privado atingiu 39 milhões de pessoas, um crescimento de 0,9% em relação ao primeiro trimestre do ano, representando o maior número já registrado pelo IBGE. O número de trabalhadores sem carteira também cresceu (+2,6%), chegando a 13,5 milhões. A Pnad divulgada hoje é a primeira que apresenta ponderação com base em dados apurados pelo Censo 2022, um ajuste de amostra que é praxe em órgãos de estatísticas globais.
A pesquisa do IBGE abrange o mercado de trabalho para pessoas com 14 anos ou mais, incluindo todas as formas de ocupação. A taxa de informalidade – proporção de trabalhadores informais na população ocupada – foi de 37,8%, o menor nível desde o segundo trimestre de 2020 (36,6%). O IBGE considera informais os trabalhadores sem carteira, autônomos e empregadores sem CNPJ, que não possuem garantias como seguro-desemprego, férias e décimo-terceiro salário. O contingente de desalentados, pessoas que desistiram de procurar emprego, fechou o segundo trimestre em 2,8 milhões, o menor nível desde 2016.
Rendimento Médio e Massa Salarial em Recorde
O aquecimento do mercado de trabalho reflete-se no aumento do rendimento médio mensal e na massa de rendimentos.
O mercado de trabalho aquecido impacta positivamente o poder de compra do trabalhador. O IBGE revelou que o rendimento médio mensal atingiu R$ 3.477, o maior já apurado. Esse valor é 1,1% superior ao recebido no primeiro trimestre do ano e 3,3% maior que o do segundo trimestre de 2024.
O aumento do número de pessoas ocupadas e o rendimento recorde impulsionaram a massa de rendimentos – o total de dinheiro que os trabalhadores recebem – a também atingir o ponto mais alto já alcançado: R$ 351,2 bilhões. Esse montante supera em 5,9% (R$ 19,7 bilhões) o valor do mesmo trimestre de 2024, contribuindo para a movimentação da economia por meio do consumo e da poupança.