O Ministério da Educação (MEC) anunciou um aumento de 30% no teto dos financiamentos semestrais do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para o curso de Medicina. Agora, o valor máximo que pode ser financiado por semestre é de R$ 78 mil, conforme publicado nesta quarta-feira (25) no Diário Oficial da União. A medida já está em vigor para novos contratos e para aqueles que serão renovados a partir do 2º semestre de 2025.
Anteriormente, o limite estabelecido pelo programa para estudantes de Medicina era de R$ 60 mil por semestre, o que equivalia a cerca de R$ 10 mil mensais. Para os demais cursos de graduação, o teto do financiamento foi mantido em R$ 42.983,70, enquanto o valor mínimo de financiamento continua em R$ 300.
Como funciona a cobertura do Fies
De acordo com a resolução do MEC, a cobertura do programa funciona da seguinte forma:
Se a mensalidade do curso for menor que o teto estabelecido, o Fies cobrirá apenas o valor exato da mensalidade.
Se a mensalidade for maior que o teto, o Fies cobrirá somente até o limite do teto. A instituição de ensino não poderá cobrar a diferença do estudante que está no programa.
Por exemplo: se um curso de Medicina custa R$ 82,8 mil por semestre e o teto do Fies é de R$ 78 mil, com um financiamento de 80%, o cálculo seria:
O Fies financia 80% de R$ 78 mil = R$ 62,4 mil por semestre.
O aluno paga 20% de R$ 78 mil = R$ 15,6 mil por semestre (essa é a coparticipação do estudante).
Os R$ 4,8 mil que correspondem à diferença entre o valor total do curso (R$ 82,8 mil) e o teto do Fies (R$ 78 mil) não podem ser cobrados do aluno pela faculdade.
A mesma regra se aplica aos outros cursos financiados pelo Fies.
Desafios da coparticipação no Fies Social
Apesar do aumento do teto, a coparticipação ainda pode gerar dificuldades para alguns estudantes. Em fevereiro, o g1 noticiou que alunos de Medicina beneficiários do Fies Social — modalidade destinada a pessoas de baixíssima renda — enfrentavam problemas para arcar com mensalidades que ultrapassavam R$ 2 mil.
Eduarda Cardoso, estudante de Medicina e beneficiária do programa, expressou sua insatisfação: “Fies Social? De ‘social’, ele não tem nada. Nossa renda é de R$ 700 por pessoa aqui em casa, mas preciso pagar R$ 2.300 por mês na faculdade, mesmo com o Fies. É inviável”.