Uma quadrilha de golpistas lesou mais de 35 mil estudantes ao criar um site falso de inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os candidatos não só perderam o valor da inscrição, como também ficaram impedidos de realizar a prova, que é a principal porta de acesso ao ensino superior público. O esquema, que operou no ano passado, estima-se ter arrecadado pelo menos R$ 3 milhões.
Nesta quinta-feira, 10 de julho de 2025, a Polícia Federal (PF) cumpre dois mandados de busca e apreensão contra suspeitos na cidade de Praia Grande, São Paulo. A Justiça já determinou o bloqueio de bens dos investigados, sendo que um deles possui 15 anotações criminais por estelionato.
As investigações revelam que, durante o período oficial de inscrições do Enem, entre 27 de maio e 14 de junho de 2024, os criminosos criaram diversas páginas falsas que imitavam o ambiente oficial do site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Após preencherem o questionário de inscrição fraudulento, os usuários realizavam um pagamento via Pix, direcionado a uma conta bancária vinculada a uma empresa privada. Essa mesma empresa já acumula reclamações na internet por produtos ou serviços não entregues.
A operação desta quinta-feira, batizada de “Só Oficial”, visa aprofundar as investigações da Polícia Federal para identificar outros envolvidos e responsabilizar o grupo pela prática de fraude eletrônica com uso de meio virtual. O nome da operação também serve de alerta para que futuros candidatos acessem apenas o site oficial do exame e sempre verifiquem a extensão .gov.br, que indica uma página oficial do governo brasileiro. O período de inscrições do Enem deste ano encerrou em 13 de junho, e as provas serão aplicadas nos dias 9 e 16 de novembro.