O empréstimo de R$ 20 bilhões que seria concedido por um conjunto de bancos aos Correios ficou mais distante. O Tesouro Nacional reprovou a operação de crédito, alegando que os juros solicitados pelo pool de bancos eram excessivos.
A operação havia sido aprovada em 29 de novembro pelo Conselho de Administração dos Correios. Ela era coordenada por cinco bancos: Banco do Brasil, Citibank, BTG Pactual, ABC Brasil e Safra. As instituições pediam juros de 136% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI). O valor está acima do limite de 120% do CDI estabelecido para operações de crédito com garantia da União de dez anos.
Correios buscam alternativas de liquidez
A decisão foi comunicada em 2 de dezembro ao presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, durante reunião no Ministério da Fazenda. Com a reprovação, o Tesouro não poderá fornecer as garantias da União, que eliminariam o risco para os bancos e cobririam uma eventual inadimplência da estatal.
Os Correios e os bancos ainda podem negociar uma taxa de até 120% do CDI. A estatal também tem a opção de esperar um aporte direto do Tesouro Nacional para cobrir parcialmente o prejuízo, que atingiu R$ 6,05 bilhões de janeiro a setembro de 2025.
Em comunicado aos funcionários, os Correios confirmaram a reprovação do empréstimo. A Diretoria Executiva afirmou que segue trabalhando com diversos ministérios na avaliação de alternativas que reforcem a liquidez imediata da companhia.
Plano de reestruturação
Desde outubro, os Correios negociam o empréstimo de R$ 20 bilhões para ajudar na reestruturação da empresa. Em troca dos recursos, a estatal terá de cumprir uma série de contrapartidas para garantir a sustentabilidade financeira e a modernização dos serviços.
O plano de reestruturação prevê um programa de demissão voluntária e o fechamento de mil agências. A empresa também planeja a venda de R$ 1,5 bilhão em imóveis. O empréstimo de R$ 20 bilhões seria usado para quitar dívidas, como R$ 1,8 bilhão da estatal, pagar débitos com fornecedores e modernizar o serviço de encomendas. As informações são do repórter Wellton Máximo, em Brasília, publicadas em 3 de dezembro de 2025.












































