O Banco Central (BC) aprovou nesta segunda-feira (13) um aumento de capital de R$ 840 milhões em duas instituições que fazem parte do Banco Master. A autorização para o aporte financeiro ocorre cerca de um mês após o BC ter barrado a compra de parte do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), que estava avaliada em R$ 2 bilhões.
Detalhes da capitalização e rejeição anterior
O Banco Master Múltiplo terá uma injeção de capital de R$ 420 milhões. Já a Will Financeira (Will Bank), braço digital do grupo, está autorizada a receber R$ 419 milhões. Com esse reforço, o capital social do Master chega a R$ 1,586 bilhão, e o da Will Financeira alcança R$ 789 milhões.
A capitalização busca reforçar o patrimônio do grupo, que já havia realizado dois aumentos de capital de R$ 1 bilhão cada ao longo de 2025, totalizando R$ 2,84 bilhões injetados neste ano.
A rejeição da compra pelo BRB aconteceu no início de setembro, após análise regulatória e contestação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que apontou irregularidades processuais e havia pedido a suspensão da negociação. O negócio previa que o BRB adquirisse 58% do capital total do Master.
Controvérsias e novas regras do setor financeiro
A negociação entre Master e BRB foi considerada uma das mais controversas do setor financeiro em 2025. O Banco Master vinha sendo investigado pelo MPDFT e pelo Ministério Público Federal (MPF) devido à sua política de captação considerada agressiva, que oferecia rendimentos muito acima da média, lastreados em ativos de risco como precatórios.
Diante do cenário, o Conselho Monetário Nacional (CMN) adotou medidas mais rígidas em agosto, como novas regras para o Fundo Garantidor de Créditos (FGC). As mudanças, que entram em vigor em junho de 2026, impõem limites de alavancagem e aumentam as contribuições de bancos com perfil de maior risco, visando reduzir o chamado “risco moral”.
Apesar das pressões regulatórias e das restrições impostas à aquisição pelo BRB, a aprovação do aumento de capital pelo Banco Central é vista como uma tentativa de estabilizar as finanças do conglomerado e garantir sua liquidez. O Will Bank, que pertence ao grupo, segue listado como ativo à venda.