O déficit primário do Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) atingiu R$ 59,124 bilhões em julho. O valor, divulgado pelo Tesouro Nacional, é o segundo maior para o mês na série histórica, ficando atrás apenas do recorde registrado em julho de 2020. A alta no rombo fiscal foi causada principalmente pelo pagamento de R$ 62,78 bilhões em precatórios, dívidas do governo com sentença judicial definitiva.
O resultado de julho foi ainda pior do que o esperado pelo mercado financeiro. A pesquisa Prisma Fiscal, do Ministério da Fazenda, projetava um déficit de R$ 49 bilhões. Apesar do resultado negativo, o déficit acumulado nos primeiros sete meses do ano, de R$ 70,27 bilhões, ainda é melhor do que o registrado no mesmo período de 2024, que foi de R$ 76,24 bilhões.
Receitas e despesas
As receitas líquidas do Governo Central subiram 4,5% em julho, descontada a inflação, se comparadas com o mesmo mês de 2024. No entanto, as despesas aumentaram ainda mais, em 1,6% acima da inflação, impulsionadas pelo pagamento dos precatórios e pelos gastos com Previdência Social e Benefício de Prestação Continuada (BPC).
A meta estabelecida pelo novo arcabouço fiscal e pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deste ano é de um déficit primário zero, com margem de tolerância de R$ 31 bilhões. O governo, que já tinha excluído R$ 26,3 bilhões em precatórios da meta fiscal, espera que o resultado negativo seja revertido com superávits nos próximos meses para atingir o objetivo.