Entrou em vigor, em 6 de agosto de 2025, o aumento de 50% nas tarifas sobre uma parcela das exportações brasileiras para os Estados Unidos. A medida foi assinada na semana anterior pelo presidente norte-americano, Donald Trump. A sobretaxa afeta cerca de 35,9% das mercadorias brasileiras enviadas ao mercado dos EUA, o que corresponde a 4% do total das exportações do Brasil.
O tarifaço imposto por Washington não afeta cerca de 700 produtos. Café, frutas e carnes agora pagam a taxa de 50%. Itens como suco e polpa de laranja, combustíveis, minérios e aeronaves civis estão fora da lista.
Origem do Tarifaço e Posicionamento do Brasil
A imposição das tarifas faz parte da nova política comercial de Donald Trump. O objetivo é aumentar as barreiras alfandegárias contra parceiros comerciais para tentar reverter a perda de competitividade da economia americana em relação à China. Em abril, Trump já havia imposto uma taxa de 10% ao Brasil.
O aumento para 50% em julho foi uma retaliação por decisões que, segundo Trump, prejudicam as “big techs” americanas. Também foi uma resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Especialistas veem a medida como uma chantagem política. O objetivo seria atingir o Brics, bloco encarado por Washington como uma ameaça à hegemonia dos Estados Unidos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o Brasil não pode ser tratado como uma “republiqueta”. Ele afirmou que o país não abre mão de usar moedas alternativas ao dólar. O governo brasileiro anunciou um plano de contingência para as empresas afetadas, com linhas de crédito para compensar as perdas.
Negociações em Andamento entre Países
Após a confirmação do tarifaço, a Secretaria do Tesouro dos EUA entrou em contato com o Ministério da Fazenda brasileiro para iniciar negociações. O ministro Fernando Haddad mencionou que terras raras e minerais críticos podem ser usados como moeda de troca. Esses minérios são importantes para a indústria de tecnologia.
Haddad comentou sobre o potencial de cooperação. “Podemos fazer acordos de cooperação para produzir baterias mais eficientes”, afirmou o ministro. O setor de café também espera ser beneficiado por um possível acordo para retirar o produto da lista de tarifas.