A cena do rap em Rondônia ganhou projeção internacional nesta sexta-feira (20) com o lançamento de duas produções que conectam artistas locais ao continente africano. As parcerias reforçam laços culturais, históricos e musicais entre a Amazônia e países africanos, mostrando que o rap ultrapassa fronteiras geográficas ao tratar de vivências semelhantes.
A rapper Sandra Braids lançou a música “Da rua de lá”, em colaboração com o artista angolano Clever Mengui, residente na cidade de Lubango, na província de Huíla. A canção estabelece um diálogo direto entre realidades periféricas de Rondônia e Angola, destacando lutas sociais, desigualdades e resistência, temas centrais do rap produzido nos dois territórios.
“Da Rua de Lá”: https://open.spotify.com/album/3T71d6pb6csww32RFEHPia?si=balaAj0zQXGu1-tMkkS38A
No mesmo dia, o projeto Barras Maning Arretadas apresentou a cypher “Crítica Social”, reunindo os rappers Carlos Mossoró, Nego Drama, Nycx, Lavida, Mano André e Jovem Apolo, além da poetisa Ana Laura, todos residentes em Rondônia. A produção musical foi realizada em Moçambique, com instrumental assinado por Tchaka MC, da cidade de Quelimane, e masterização feita por Tio Manias, em Chimoio.
Idealizador do projeto, Carlos Mossoró explica que o Barras Maning Arretadas tem como foco fortalecer conexões com países africanos e valorizar as raízes do rap e da música negra. Professor de jornalismo na Universidade Federal de Rondônia (Unir), ele destaca que a iniciativa é institucionalizada como uma plataforma de inovação tecnológica dentro da universidade.
Segundo Mossoró, quando o rap é produzido em parceria com artistas africanos, ocorre um resgate simbólico das origens culturais do gênero. Para os artistas rondonienses, essas colaborações também representam uma oportunidade de reconhecer semelhanças históricas e sociais, além de ampliar o alcance da produção local.
A cypher “Crítica Social” também teve como objetivo aproximar diferentes gerações do rap em Porto Velho. Artistas ligados ao Movimento Hip Hop da Floresta, como Nego Drama e Mano André, dividem o microfone com nomes mais jovens, como Jovem Apolo e Lavida, promovendo diálogo e troca de experiências. A participação feminina, com Nycx e Ana Laura, reforça a importância da presença das mulheres no hip-hop local.
Confira o clipe:https://www.youtube.com/watch?v=wEsMVtKW5Kw
As produções reafirmam o rap como ferramenta de crítica social, identidade e conexão cultural, mostrando que as vozes da periferia amazônica ecoam em sintonia com o continente africano.











































