O curta-metragem “Há Sinais”, dirigido por Édier William e produzido por Chicão Santos, estreia nesta quinta-feira (27), às 20h, no Espaço Cultural Tapiri, em Porto Velho. A obra, realizada com recursos do Edital 01/2024 da Secretaria de Estado da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer (Sejucel), é completamente comunicada em Língua Brasileira de Sinais (Libras) e marca um avanço histórico na produção audiovisual inclusiva de Rondônia.
A proposta destaca um drama social protagonizado por Marcelo, um adolescente surdo que encontra no teatro um ambiente de acolhimento, expressão e resistência. A narrativa é construída a partir da cultura surda, priorizando expressões faciais, gestos e linguagem corporal. Para o público ouvinte, o filme oferece legenda descritiva, audiodescrição e intérpretes de Libras nos debates após as sessões.
Acessibilidade como essência
Segundo o produtor Chicão Santos, o projeto nasceu da necessidade de desenvolver uma obra que colocasse a acessibilidade no centro do processo criativo.
“Não queríamos apenas incluir pessoas surdas, mas construir um filme pensado a partir do olhar delas. ‘Há Sinais’ existe porque a acessibilidade não é um adicional, é sua essência”, ressaltou.
O secretário da Sejucel, Paulo Higo Ferreira, reforçou que o edital reflete o compromisso do Governo de Rondônia com a inclusão e a democratização do acesso cultural.
“A Lei Paulo Gustavo tem sido fundamental para fortalecer o audiovisual rondoniense. Projetos como ‘Há Sinais’ mostram o quanto o investimento público é capaz de promover inclusão, inovação e oportunidades”, destacou.
Cinema aliado aos ODS
A obra dialoga diretamente com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente o ODS 4 (Educação de Qualidade) e o ODS 10 (Redução das Desigualdades). Para o diretor Édier William, o curta busca aproximar a linguagem cinematográfica da vivência real da juventude surda.
“Quando o cinema se torna verdadeiramente acessível, ele deixa de falar ‘sobre’ e passa a falar ‘com’ a comunidade surda. Essa mudança é fundamental para nós.”
Exibições e circulação
Após a estreia em Porto Velho, o curta realizará 10 exibições gratuitas em bairros descentralizados e nos municípios de Candeias do Jamari, Nova Mamoré e Guajará-Mirim. Todas as sessões terão bate-papos, convidados especiais e intérpretes de Libras, ampliando o debate sobre representatividade e inclusão.
Com equipe formada integralmente por profissionais rondonienses, “Há Sinais” gerou 43 empregos diretos e indiretos, movimentando os setores de arte, produção, fotografia, acessibilidade, comunicação, alimentação, transporte e eventos. O resultado reforça o impacto cultural e econômico proporcionado pela Lei Paulo Gustavo na cadeia audiovisual do estado.










































