O curta-metragem “Há Sinais”, totalmente comunicado em Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), estreia no dia 27 de novembro de 2025, às 20h, no Tapiri, em Porto Velho (Rua Franklin Tavares, 1353, bairro Pedrinhas). A obra tem 15 minutos de duração e apresenta um elenco formado majoritariamente por atores surdos, reforçando o protagonismo da cultura surda na produção audiovisual.
Dirigido e roteirizado pelo cineasta Édier William, e produzido pelo artista e produtor cultural Chicão Santos, o filme foi financiado pelo Edital nº 01/2024 – SEJUCEL – Audiovisual, no eixo de curtas de ficção. A entrada para a primeira exibição é gratuita.
Cinema a partir da perspectiva surda
“Há Sinais” acompanha Marcelo, adolescente surdo e LGBTQIAPN+, que encontra no teatro um espaço de acolhimento e expressão. Entre o luto pela morte do pai e os desafios nas relações familiares e afetivas, o personagem enfrenta barreiras de comunicação e preconceitos enquanto se prepara para uma apresentação teatral com um grupo de jovens surdos.
A narrativa é construída a partir da cultura surda, com diálogos totalmente em LIBRAS e foco nas expressões faciais, gestos e linguagem corporal. Para o público ouvinte, a exibição conta com legendagem descritiva e audiodescrição, além de intérpretes de LIBRAS nos debates após as sessões.

Segundo o produtor Chicão Santos, a proposta busca romper com a lógica tradicional de acessibilidade.
“Queríamos um filme pensado desde a origem pelo olhar da comunidade surda. Em ‘Há Sinais’, a acessibilidade não é um elemento adicional: é parte da própria essência do filme”, afirmou.
Inclusão, diversidade e diálogo com os ODS
O curta também destaca personagens LGBTQIAPN+ de forma naturalizada, sem recorrer a estereótipos. Para o diretor, a obra trata de temas como afeto, amadurecimento, luto e convivência, mostrando um recorte contemporâneo da juventude surda.
O projeto dialoga com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente os ODS 4 (Educação de Qualidade) e 10 (Redução das Desigualdades), reforçando a cultura como direito e a acessibilidade como requisito básico para participação social.
“Quando o cinema se torna realmente acessível, ele deixa de falar ‘sobre’ e passa a falar ‘com’ a comunidade surda”, destacou Édier William.
Exibições no interior e ações formativas
Após a estreia, o filme segue para uma circulação com dez exibições públicas e gratuitas em diferentes contextos, incluindo escolas públicas, o próprio Tapiri e municípios como Candeias, Nova Mamoré e Guajará-Mirim. Todas as sessões terão debates com a equipe, convidados e intérpretes de LIBRAS, promovendo discussões sobre inclusão e representatividade.
Fortalecimento da cadeia audiovisual
Com equipe formada integralmente por profissionais rondonienses, o curta gerou cerca de 43 empregos diretos e indiretos, movimentando áreas como produção, fotografia, arte, som, acessibilidade, comunicação e eventos. O projeto também impulsiona serviços locais de transporte, alimentação e impressão, contribuindo para o fortalecimento do audiovisual regional.










































