No Dia dos Povos Indígenas, a rondoniense e ativista Txai Suruí brindou o país em horário nobre, destacando a importância da atuação dos povos originários, sobretudo na preservação da biodiversidade brasileira para a continuação da existência humana na Terra. Walela (Soet Xeige) foi anfitriã de um prêmio divulgado pelo folhetim da Rede Globo Vale Tudo, novela de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, em sua versão original e no remake adaptado por Manuela Dias na noite de sábado (19), data em que se comemora o Dia dos Povos Indígenas, instituído no país por lei federal.
Entre os artistas que compõem a trama global, a rondoniense de 28 anos cravou uma série de pontos em um discurso de agradecimento, no qual a importância dos povos indígenas foi assinalada como uma relação íntima e prioritária para a continuidade da humanidade.
“Lutamos há mais de 500 anos e seguimos protegendo esses territórios de vida; onde se encontram os animais, a nossa cultura, onde se encontra a floresta viva. Somos 5% de toda a população mundial e protegemos mais de 80% de toda a biodiversidade. Isso mostra como nós somos os guardiões da vida”, declarou.
A mensagem de Txai no folhetim das 21h da principal emissora de televisão do país também destacou a luta dos povos indígenas contra a discriminação racial e os crimes contra mulheres e crianças, em meio à violência doméstica que assola a Região Norte e, em especial, o estado de Rondônia, tristemente destacado como líder disparado em todas as categorias de crimes domésticos: feminicídio, violência contra crianças e adolescentes, e violência doméstica e familiar.
A forte mensagem narrada por Walela também se posicionou contra o garimpo ilegal, que vem criando verdadeiros campos de guerra e destruição no interior da Floresta Amazônica, praticados por garimpeiros ilegais e financiados por poderes obscuros.
Suruí também pontuou a especulação imobiliária. Para Txai, mesmo diante de todas as crises que o país atravessa, os povos indígenas ainda assim são vitoriosos. Para a filha de Almir Suruí e Neidinha Cardozo, da Kanindé, os povos indígenas, ainda que existentes desde a história real do Brasil, continuam vivendo à margem da sociedade e sem visibilidade.
“Como povo indígena, somos ainda invisibilizados; não reconhecidos mesmo em nosso país. Lutamos há mais de 500 anos e continuamos lutando”, disse.
Por fim, Txai, que apareceu ao lado do namorado Thiago Guarani, lembrou que, sem luta, sem a presença indígena, não existe floresta, não existe humanidade. “A luta dos povos indígenas é uma luta de todos nós, é uma luta pelo futuro, pela vida em um mundo que hoje vive a emergência climática. Que sejamos mais identificados e que todos entendam: lutar pela floresta, lutar pelos povos indígenas é lutar pelo planeta, é lutar pela vida”, finalizou Txai, sendo bastante aplaudida pelos atores da trama.
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