Com o intuito de fortalecer a agricultura familiar indígena e oferecer suporte técnico para aprimoramento das práticas agrícolas das comunidades São Luís e Serrinha, o governo de Rondônia realizou, entre os dias 18 e 19 de março, o 1º mutirão Ater de atendimento local, no âmbito do projeto de Assistência Técnica e Extensão Rural Indígena (Ater Indígena), na Aldeia Indígena Terra Rio Branco, localizada em Alta Floresta d’Oeste.
O projeto Ater Indígena integra a execução de assistência técnica especializada, oferecida gratuitamente pelo governo estadual aos produtores da agricultura familiar. A atividade vem sendo realizada em parceria entre a Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater-RO), Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri) e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), que promovem ações direcionadas às especificidades de cada comunidade indígena.
Segundo o diretor-presidente da Emater-RO, Luciano Brandão, “com essa abordagem personalizada é possível reconhecer as características únicas de cada etnia e da região atendida”, explicou.
Para o governador de Rondônia, Marcos Rocha, a promoção de políticas públicas eficazes contribui para impulsionar o desenvolvimento sustentável das comunidades indígenas no estado. “O trabalho desenvolvido pela gestão estadual junto às comunidades só tem demonstrado a importância e o potencial das populações indígenas à agricultura familiar e para Rondônia.”
ASSISTÊNCIA TÉCNICA DIRECIONADA
O 1º Mutirão de Ater indígena destaca a necessidade de um olhar mais atento às demandas dos povos indígenas, visando levar um atendimento especializado ao mesmo tempo em que absorve o conhecimento que estes trazem de suas raízes. Por isso, um dos principais focos do mutirão foi levar as políticas públicas voltadas ao desenvolvimento rural produtivo, para que essas famílias possam ter condições de ampliar e diversificar suas lavouras.
A primeira ação se concentrou na comunidade São Luís, onde os técnicos da Emater-RO emitiram o Certificado de Aptidão Familiar (CAF), documento essencial para acesso aos programas governamentais de incentivo à agricultura. Os agricultores também participaram da oficina de torra de café do programa Degusta Rondônia 80+, um dos carro-chefe do desenvolvimento da cafeicultura rondoniense, e que vem transformando a realidade de Rondônia em um dos maiores produtores de café Robusta do país.
CAPACITAÇÃO E TROCA DE CONHECIMENTO
A comunidade indígena recebeu da Emater-RO capacitação e orientação técnica para aprimoramento das lavouras. Foi oportunizado, ainda aos participantes, a troca de conhecimentos sobre boas práticas, visando aumentar a qualidade e produtividade das colheitas. “Os povos indígenas estão se destacando cada vez mais na produção de forma sustentável expressivo, e nosso papel é garantir que as políticas públicas de governo cheguem até eles, além de aprender com eles”, ressaltou o diretor-presidente da Emater-RO.
Um dos destaques da ação foi a participação da família Aruá, conhecida por suas conquistas em concursos de cafés especiais. A história da família, que vive nas Terra Indígenas Rio Branco, evidencia a importância da extensão rural para a valorização da produção local, unindo conhecimento tradicional e técnica especializada.
Além da comunidade São Luiz, os extensionistas também se dedicaram à Comunidade Serrinha. Nessa comunidade, as ações foram focadas no cadastramento das famílias no Programa de Aquisição de Alimentos para os povos indígenas (PAA-Indígena), garantindo acesso a mercados institucionais para a comercialização de seus produtos. Além disso, os produtores participaram de uma oficina sobre preparo de café de qualidade, que contribuiu para agregar valor ao produto final.
RESULTADOS ALCANÇADOS
O 1º mutirão de Ater indígena na região da Aldeia Indígena Terra Rio Branco contou com a participação de cinco agrônomos e um biólogo, que levaram conhecimento, inovação e desenvolvimento sustentável aos povos indígenas de Rondônia. Mais do que ensinar, os profissionais da Emater-RO destacaram que, o mutirão proporcionou um aprendizado mútuo. A interação entre técnicos e agricultores reforçou a importância da agricultura familiar e valorização da cultura indígena, combinando saber tradicional com técnicas modernas, receita fundamental para o fortalecimento da produção rural indígena e à promoção de um desenvolvimento sustentável e inclusivo.
Durante os dois dias de atividades, a ação da Emater-RO teve impactos positivos com a entrega de 43 Certificados de Aptidão Familiar, documentação de 20 CAF’s, organizadas para elaboração e entrega nos próximos dias, garantindo a continuidade dos atendimentos de forma programada, e realizou oficinas técnicas, capacitando produtores indígenas para fortalecimento da agricultura familiar local. A ação deverá ser estendida às demais comunidades indígenas, dando continuidade ao projeto Ater indígena e, proporcionando a todos, a oportunidade de investir em suas produções e garantir seu sustento familiar.