Instituído pela ONU, 19 de março é o Dia Mundial do Artesão, homenageando uma das profissões mais antigas do mundo que existe há mais de oito mil anos, quando o ser humano passou a utilizar as mãos para criar artefatos úteis à sobrevivência. Em comemoração, está sendo realizada a Semana Virtual do Artesanato de Rondônia, até o próximo dia 21, com a participação de 150 artesãos, constatando que o artesanato pratica a famosa Lei de Lavoisier de que "na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma", tanto na Física quanto na esfera psíquica e social, ao mudar para melhor a pessoa e a sociedade.
Para a coordenadora do Programa do Artesanato Brasileiro (PAB/RO), Anatália Mendes, "essa iniciativa busca gerar condições de trabalho e renda, com ênfase nas vocações regionais e preservação das culturas locais e esta forma virtual é uma excelente oportunidade para fomentar a produção e a comercialização do artesanato". Segundo ela, diante da pandemia mulheres e homens do setor artesanal sofrem impactos econômicos que prejudicam a sobrevivência das famílias e, por isso, "é necessário incentivar e promover a qualificação dos artesãos e artesãs, para que se adaptem à nova realidade de mercado por meio das mídias sociais". Durante essa semana, o PAB/RO, vinculado à Superintendência da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer (SEJUCEL), oferece cursos, palestras, capacitações, renovação e emissão de carteiras de artesãos.
PROJETO FUXICOS DO BEM
Artesã há mais de vinte anos, Marlene Marques considera a Semana Virtual "um marco para o Estado, pois dá visibilidade para o artesanato local", com o que também concordam as artesãs Eliane Borges, Cristina Matsuo, Maria Prestes, Vera Zorek, Socorro Ramos, Joanilce Neira, que trabalham com ecojoias, fuxicos, costura criativa, madeira, crochê e também compõem o grupo Fuxicos do Bem & Cia., pioneiro no Estado por produzir em grupo a arte secular conhecida e apreciada em todo o país como "fuxico".
O grupo é composto por dezoito artesãs e recebe apoio da Lei Aldir Blanc, SEJUCEL e PAB/RO, inclusive com gravações de oficinas virtuais de fuxicos na Casa de Cultura Ivan Marrocos, na capital. O projeto contempla oficinas técnicas e formas sustentáveis de artesanatos. A coordenadora do grupo, artesã Edilene Santiago, afirma que "o principal objetivo é expandir a arte em fuxicos, agregando outros saberes aos trabalhos que as artesãs já desenvolvem. Somos um grupo produtivo e terapêutico, tendo o artesanato como elemento fundamental na experiência profissional e histórias de vida das artesãs".
"Para mim, este é um momento novo e desafiador porque trabalho com artesanato há mais de trinta anos", diz a artesã Eliane Borges, que complementa: "amo o que faço e gosto de desafios; considero importante conhecer novas técnicas para agregar valor às minhas peças e fortalecer o vínculo de amizade com outras colegas artesãs. Daqui pra frente teremos novos horizontes, apesar do isolamento, mas estamos conectadas através das redes sociais: o importante é não perder a esperança e continuar trabalhando".