O número de mulheres classificadas para a segunda fase da segunda edição do Concurso Público Nacional Unificado (CNU 2) atingiu 57,12% do total, correspondendo a 24.275 candidatas entre os 42.499 classificados. A prova discursiva está agendada para 7 de dezembro.
Os dados foram divulgados pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Os altos percentuais de mulheres refletem a nova política afirmativa adotada para o certame de 2025, buscando corrigir uma distorção observada na edição anterior.
A Política Afirmativa de Equidade de Gênero
A medida de equiparação implementada na edição de 2025 visa corrigir o desequilíbrio visto no CNU 1 (2024), onde as mulheres representaram 56% das inscritas, mas apenas 37% das aprovações finais.
A ministra da Gestão, Esther Dweck, explicou que a ação afirmativa busca mitigar desigualdades estruturais que dificultam o acesso das mulheres, especialmente aquelas com dupla ou tripla jornada.
Mecanismo de Equiparação
O mecanismo funciona da seguinte forma:
Se o percentual de mulheres aprovadas na prova objetiva for inferior a 50%, candidatas adicionais são convocadas para a segunda fase.
A convocação é feita até que se alcance a paridade, ou seja, a equivalência numérica de mulheres em relação ao número de homens classificados para a prova discursiva em cada cargo e modalidade.
A única condição imposta é que as candidatas adicionais tenham alcançado a nota mínima de acertos prevista no edital.
Segundo o MGI, sem essa medida, o percentual de classificadas seria de apenas 49,4% de mulheres e 50,6% de homens no total. A medida não exclui nenhum candidato homem que já tenha alcançado a nota mínima de classificação.
Resultados por Bloco Temático
A política de equiparação foi aplicada de forma específica em casos onde a proporção de mulheres era inferior a 50%.
Blocos 1, 2 e 5: Nesses blocos, as mulheres já eram maioria de classificadas na ampla concorrência, e a equiparação foi aplicada apenas em cargos residuais específicos para equilibrar a proporção.
Blocos 3 e 4: Mesmo com a equiparação, as mulheres não alcançaram a metade dos classificados no total. Isso ocorreu porque em alguns cargos, não havia mulheres suficientes que tivessem atingido a nota mínima necessária para serem elegíveis à equiparação.
Bloco 8: Foi o único bloco onde a medida não foi necessária em nenhum cargo. As mulheres já eram maioria de inscritas e também de classificadas para a segunda prova em todos os cargos.
No Bloco 7, por exemplo, para o cargo de Analista Técnico de Justiça e Defesa, a medida afirmativa resultou na convocação de 731 mulheres a mais para equiparar o número de homens, que era de 1.490 classificados.
Próximos Passos
O MGI deve convocar os classificados para a prova discursiva ainda nesta semana, por meio de edital a ser publicado no Diário Oficial da União.
Além da convocação, o Ministério também publicará editais para as seguintes etapas:
Avaliação de títulos.
Procedimento de confirmação/verificação complementar à autodeclaração para concorrer às vagas reservadas às pessoas candidatas negras, indígenas e quilombolas.
Procedimento de caracterização de deficiência.











































