Após o pico de escoamento das safras, o valor do serviço de frete de grãos registrou queda em importantes rotas do país em setembro de 2025, na comparação com os preços praticados no mês anterior. O cenário de recuo foi verificado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em Goiás e Mato Grosso do Sul. Além destes dois estados, as cotações também caíram no Distrito Federal e em Minas Gerais, conforme detalhado na edição de outubro do Boletim Logístico, divulgado pela estatal nesta sexta-feira, 24 de outubro.
Em Goiás, essa tendência de baixa acompanha o comportamento sazonal histórico. O período é marcado por uma desaceleração na demanda pelo transporte de grãos. No Distrito Federal, a queda foi influenciada pela menor movimentação de grãos, após o término da colheita e escoamento da segunda safra de milho, e por fatores como custos operacionais e preços dos combustíveis.
No Mato Grosso do Sul, o arrefecimento gradativo da demanda por caminhões para o transporte de curta distância, com o encerramento da colheita do milho segunda safra, fez os preços recuarem a partir da segunda quinzena do mês. O transporte de cargas no mercado interno manteve-se ativo, absorvendo parte da oferta de veículos, mas não o suficiente para evitar a queda das cotações.
Comportamento variável em Mato Grosso e Bahia
Rotas de escoamento na Bahia e em Mato Grosso apresentaram movimentos variáveis, dependendo da região produtora de grãos. Em Luís Eduardo Magalhães (BA), o preço do frete manteve-se estável devido ao equilíbrio entre a oferta de prestadores de serviço e a demanda de transporte de grãos e fibra, com destino a portos, indústrias e setores atacadista e granjeiro.
Já na praça de Paripiranga (BA), houve alta nas cotações devido à forte demanda de milho para destinos como Vitória (ES), Recife (PE) e Feira de Santana (BA). Por outro lado, em Irecê (BA) foi observada queda nas cotações com o fim da safra e a consequente redução da demanda pelo serviço de transporte.
Em Mato Grosso, o mercado de fretes rodoviários está lateralizado, sem tendência clara de alta ou de queda, com rotas que demonstraram aumento moderado e outras com declínio de preços. A Conab verificou estabilidade nas cotações do Piauí. As movimentações de grãos se mantiveram regulares, com demanda em níveis satisfatórios, mas menor aquecimento em relação aos meses anteriores, reflexo da redução no escoamento do milho.
Alta nos preços do frete no Sul e Nordeste
Nos estados do Maranhão, do Paraná e de São Paulo, os preços para os fretes agrícolas ficaram mais caros. No Maranhão, foi registrado um aumento médio nas cotações em torno de 5%. O milho foi o principal produto transportado. Gerou maior demanda por transportes dos municípios do sul do estado para uma biorrefinaria de etanol de grãos, localizada em Balsas, e também para granjas e indústrias dos Estados da Paraíba, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte.
No Paraná, a demanda por fretes foi maior em setembro em relação a agosto, aumentando os preços, com exceção da praça de Ponta Grossa. Em São Paulo, a alta nas cotações pode ser explicada pela maior demanda pelo produto brasileiro. Esse aumento foi gerado pelos problemas comerciais entre Estados Unidos e China, que provocaram grandes mudanças nos fluxos do transporte internacional.
Exportações de Milho e Soja no período
Os embarques de milho em setembro de 2025 atingiram 23,3 milhões de toneladas, contra 24,3 milhões no mesmo período de 2024. O Arco Norte se mantém como o principal eixo de escoamento do cereal, representando 42,5% da movimentação. O Porto de Santos escoou 30,7% do grão embarcado.
As exportações de soja em grãos, no período de janeiro a setembro de 2025, somaram 89,5 milhões de toneladas, contra 93,8 milhões de toneladas em igual período de 2024. Pelos portos do Arco Norte foram expedidos 37,5% das exportações nacionais, enquanto Santos escoou 34,2% do total.










































