Para enfrentar os impactos ambientais causados pelo pirarucu invasor (Arapaima gigas) em áreas fora de sua distribuição natural, o governo de Rondônia está capacitando técnicos e gestores para atuarem como multiplicadores no manejo sustentável da espécie. Entre os dias 15 e 25 de julho, representantes da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam) participam do Curso de Multiplicadores em Gestão Compartilhada dos Recursos Pesqueiros, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, em Tefé, no Amazonas.
O curso reúne especialistas da Amazônia Legal, gestores ambientais e representantes de unidades de conservação para trocar experiências e desenvolver estratégias de controle do pirarucu em ambientes de várzea. Em Rondônia, o principal desafio é na Reserva Extrativista do Rio Cautário, em Costa Marques, onde a presença do peixe tem alterado o equilíbrio ecológico e impactado comunidades extrativistas.
Desde 2022, a Sedam executa o Plano de Manejo de Controle do Pirarucu na Resex do Rio Cautário, com mais de 630 exemplares capturados. Em 2023, a experiência se expandiu para a comunidade de Pedras Negras, seguindo o mesmo modelo de gestão participativa.
Para o governador Marcos Rocha, a capacitação fortalece a conservação ambiental e garante a sustentabilidade dos recursos pesqueiros. “Apoiar ações como essa mostra nosso compromisso com a gestão integrada das unidades de conservação. Assim, garantimos que as futuras gerações continuem usufruindo de nossos rios e biodiversidade”, afirmou.
Diálogo com comunidades tradicionais
Segundo a coordenadora de manejo da Sedam, Chirlaine Varão, o curso amplia o diálogo com comunidades tradicionais, essencial para o sucesso das ações. “A troca de experiências e saberes fortalece a gestão compartilhada e contribui para o aperfeiçoamento das estratégias de controle. Precisamos enfrentar juntos os efeitos da introdução de espécies exóticas, alinhando conservação com desenvolvimento sustentável”, explicou.
O secretário da Sedam, Marco Antônio Lagos, destacou o avanço do plano de manejo e a importância de capacitar as equipes. “Desde 2022, evoluímos muito na Resex do Rio Cautário. Agora, com mais conhecimento técnico, vamos aprimorar o monitoramento e as ações de captura do pirarucu invasor. Esse aprendizado conjunto é essencial para proteger nossos ecossistemas”, ressaltou.