O governo federal, por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), segue avançando nas tratativas para aquisição do excedente de arroz produzido no país. O objetivo central é garantir que produtores de diversas regiões mantenham a viabilidade econômica, ao mesmo tempo em que se assegura o abastecimento da população com preços acessíveis.
O encontro técnico realizado na sede da Conab, nesta quarta-feira (11), contou com representantes de vários órgãos federais e entidades do setor produtivo. As discussões focaram na escolha do melhor instrumento de Política Agrícola para realizar as compras públicas de arroz e fortalecer os estoques reguladores.
Durante a reunião, o presidente da Conab, Edegar Pretto, destacou o compromisso institucional da Companhia com o equilíbrio do mercado e o bem-estar da população. “O governo federal trabalha para garantir preço justo ao consumidor e ao produtor. Já conseguimos reduzir o preço nos supermercados, e agora estamos atuando para preservar a renda dos agricultores e dar continuidade à produção. Nosso objetivo é construir um cenário de estabilidade, sem volatilidade, por meio dos instrumentos da Política Agrícola”, afirmou.
Entre as alternativas avaliadas pelo governo está a ampliação do uso do Contrato de Opção de Venda (COV), com estudo de detalhes juridícos, uma vez que a colheita já foi finalizada. Esse mecanismo foi lançado no final do ano passado para permitir a compra de até 500 mil toneladas de arroz. No entanto, a medida teve baixa adesão e resultou na negociação de apenas 91,7 mil toneladas em três rodadas de leilões realizadas pela Conab. Os preços de exercício foram fixados em R$ 86,03 por saca para julho e R$ 87,62 para agosto. Com a recente queda no valor de mercado, atualmente próximo ao preço mínimo, os produtores estão preocupados e agora solicitam nova ação do governo federal para garantir renda..
A secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Fernanda Machiaveli, reforçou que o governo atua com foco no equilíbrio entre a rentabilidade do produtor e a garantia de acesso ao alimento pela população. “Estamos construindo, com o setor, a melhor alternativa para enfrentar o cenário de preços baixos. O objetivo é preservar a capacidade produtiva e assegurar o abastecimento”, declarou.
Representantes da cadeia do arroz também destacaram a importância do diálogo com o governo. “O setor produtivo vive um momento desafiador e essa escuta ativa é essencial para buscar soluções de forma conjunta”, afirmou Renato Franzener, presidente da Abiarroz. A mesma linha foi seguida por Denis Nunes, representante da Federarroz, que considerou o encontro “positivo e necessário”.
Além da Conab e do MDA, também participaram técnicos dos Ministérios da Agricultura e da Fazenda, reforçando a integração entre as pastas na elaboração das medidas. A equipe técnica segue em análise para a definição do modelo mais eficaz de intervenção, com expectativa de que a solução seja consolidada antes do lançamento do próximo Plano Safra da Agricultura Familiar.
A medida busca não apenas mitigar os impactos da atual safra, mas também garantir previsibilidade para os próximos ciclos produtivos. O compromisso do governo é manter a segurança alimentar e apoiar o setor agrícola de forma equilibrada e transparente.
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