A Páscoa é uma das celebrações mais significativas para os cristãos, marcando a ressurreição de Jesus Cristo. No entanto, ao longo dos anos, muitos se perguntam por que essa data tão importante parece “migrar” no calendário. A resposta reside em um intricado sistema de cálculos que combina calendários, práticas culturais e tradições religiosas.
A influência da astronomia e a herança histórica
A determinação da data da Páscoa é profundamente enraizada na astronomia, dependendo do equinócio da primavera e da fase da lua cheia. Marek Kukula, astrônomo do Observatório Real de Greenwich, explica que essa é uma questão complexa, influenciada pela falta de sincronia entre os calendários artificiais e os ciclos astronômicos.
Desde os primórdios, diversas culturas contribuíram para a formulação do calendário da Páscoa, incorporando elementos do calendário solar egípcio e do calendário lunar judaico. Essa mistura de influências resultou em uma variedade de cálculos adotados por diferentes vertentes do cristianismo, levando a datas variadas ao longo dos séculos.
O desejo por uma Páscoa unificada
Apesar dos esforços para unificar a data da Páscoa, como os promovidos pelo Papa Gregório XIII com a adoção do Calendário Gregoriano em 1582, as tradições ortodoxas ainda seguem o Calendário Juliano. No entanto, há esperança de que um dia todas as vertentes cristãs possam concordar em uma única data para celebrar a Páscoa.
A data da Páscoa nos últimos dez anos foi:
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2014: 20 de abril
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2015: 5 de abril
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2016: 27 de março
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2017: 16 de abril
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2018: 1 de abril
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2019: 21 de abril
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2020: 12 de abril
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2021: 4 de abril
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2022: 17 de abril
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2023: 9 de abril
O bispo Angaelos da Igreja Ortodoxa Copta na Grã-Bretanha destaca o desafio monumental de alcançar esse consenso, mas também reconhece a disposição crescente entre líderes religiosos para considerar essa possibilidade.
Enquanto astrônomos vislumbram a simplificação que uma Páscoa unificada traria ao calendário, a questão permanece enraizada em tradições profundamente arraigadas e diferenças teológicas, sugerindo que o debate sobre a data da Páscoa pode persistir por muito tempo.
Com informações: Estado de Minas