Autor: Emerson Barbosa
Do diretor norte-americano, Alex Pritz, “O Território” (The Territory) estreou oficialmente no Brasil em uma Avant Premiére na noite de domingo (10) em salas de São Paulo e Rio de Janeiro. “Chegamos aqui em São Paulo onde vai acontecer a apresentação do nosso documento “O Território”, anunciava a ativista indígena, Txai Suruí.
O documentário foi apresentado simultaneamente durante o encerramento do Festival Internacional “É Tudo Verdade”.
“Primeiro gostaria de agradecer a todos por virem assistir ao filme, por sentarem conosco 90 minutos para vivenciar essa história e viver uma parte dessa realidade que tem, tragicamente, ocorrido na Amazônia brasileira e na região Amazônica ao longo dos últimos anos”, agradece o diretor Alex Pritz em um vídeo gravado para a abertura.
Alex também enaltece o trabalho desenvolvido pelos índios na defesa do seu território. “Espero que, se vocês se emocionarem com esse filme, que se envolvam com o movimento indigenista no Brasil que corajosamente vem resistindo a essas mudanças políticas e ecológicas que são talvez destrutivas não apenas para as comunidades indígenas, como para todos nós que vivemos na Terra”, relata.
Com os direitos autorais vendidos ao canal NetGeo (National Geographic Word), o Festival abriu a visualização apenas para as pessoas que se inscreveram na plataforma. O prazo para assistir ao filme encerra na terça-feira (11), por meio da página do Festival “É Tudo Verdade”.
The Territory exibe um relato vivo e autentico dos povos Uru-Eu-Wau-Wau que lutam contra os danos ambientais em seu território, localizado em Rondônia, estado marcado pela invasão e grilagem de terras indígenas.
Marcante do início ao final, a película mostra os últimos passos do ativista indígena, Ari Uru-Eu-Wau-Wau assassinado aos 34 anos no dia 18 de abril de 2020. O crime que chocou pela gravidade em torno da perda militante continua sem uma resposta das autoridades.
“Ari era um guardião da floresta, protetor da floresta e morreu por isso. Em nome do agronegócio, eles matam a floresta e matam os guardiões da floresta”, narra Ivaneide Bandeira protagonista do filme ao lado do jovem ativista Bitaté.
O Território também faz uma critica ao governo Bolsonaro que abertamente defende a expansão da exploração territorial e dos crimes ambientais na Amazônia.
Em 2022, o documentário venceu as categorias Prêmio do Público e Prêmio Especial do Júri por Documentário Craft no Festival Sundance nos Estados Unidos (EUA).
The Territory também foi honrando no Festival Internacional de Documentários de Copenhagen (CPH:DOX). A estreia ontem contou com a presença de uma delegação de indígenas de várias etnias do estado.