Porto Velho, RO – Na manhã desta sexta-feira (28), um grupo de turistas fez várias reclamações com relação ao descarte de material considerado reciclável jogado em córregos e nas desembocaduras de igarapés e afluentes do Rio Madeira.
Francisco Oliveira, 45, barrageiro vindo de Belo Monte, no Pará, em trânsito para São Luís do Maranhão, disse de sua insatisfação ao constatar 'o quanto o pessoal daqui falta fazer pela preservação desse rio tão majestoso'.
Ele se referia ao grande volume de garrafas pet, sacos plásticos, latinhas, engradados de cervejas e refrigerantes, além de colchões velhos e cascos de geladeira lançados diretamente dentro do Rio Madeira. A ação se repete, segundo ele, desde os córregos por trás do Terminal Rodoviário Municipal à antigo prédio da secretaria de Saúde (SEMUSA) e vendido á Igreja Universal do Reino de Deus (IURD).
A artesã Maria de Fátima Correia, 49, de Sobral no Ceará, mostrou-se estupefata ao se dirigir à antiga sede da Associação da categoria, em frente do Mercado Central, 'totalmente deteriorada totalmente e ocupada por viciados e desocupados'.
Segundo ela, 'o maior susto foi vê que os colegas daqui, heróis da cultura da Cidade do Trem do Norte, trabalham espremidos sob lonas com um calor que até o cão recusaria', ironizou Fátima que disse ter acabado de passar por Macapá, Belém e Manaus, onde 'nos, profissionais, temos mais respeito das autoridades'.
De volta ao cenário que mais enfeiam uma cidade, os lixões urbanos e o descarte de material reciclável a céu aberto, Francisco e Fátima, disseram ainda da falta de estrutura para que a Porto Velho faça parte dos projetos turísticos implementados pelo governo e por agências nacionais.
De acordo com os relatos dos dois visitantes, 'a questão maior para que uma cidade atraia os turistas e fomente sua economia através da cultura, artesanato, gastronomia, música regional, teatro, dança, museus, estrada parques, zoológico, aviário, festas, shows, além de vender a história de um povo, não se resume a trocar gestores de Cultura ou Turismo à cada quatro anos'.
Para eles, diferentemente de outras Capitais, 'Porto Velho é a cidade do trem da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, dona de uma história retumbante e invejável que poderá, em pouco tempo, se infra-estruturada, se tornar um dos primeiros caminhos destinos do Centro-Oeste brasileiro para o Pacífico'.
Com relação aos locais de descarte de resíduos sólidos e garrafas de plásticos (tipo Pet) considerados impróprios e, praticamente, a Céu aberto, essa situação se torna mais grave ainda mais quando, 'as pessoas daqui mesmo, são flagradas jogando-as pelas janelas dos veículos no meio das ruas e outras, nas calçadas e logradouros do Centro Antigo da cidade', afirma um conhecido colunista social.
No setor comercial, no quadrilátero formado pelas vias José de Alencar, Farcquar, Barão do Rio Branco e Euclides da Cunha, 'a sujeira e o lixo são visíveis, por exemplo, no entorno do Mercado Central, praças Presidente Getúlio Vargas, Marechal Rondon, Jonathas Pedroza e ao redor do Monumento aos Pracinhas da Força Expedicionária Brasileira (FEB), atesta a Reportagem deste site.
As reclamações de parte dos permissionários da Prefeitura dão conta de que falta infra-estrutura turística, seja na orla fluvial junto ao Terminal Hidroviário, Mercado do Peixe e Feira do Produtor, seja na área central, 'já que se trata de questão de visão de mundo a ser atribuída aos gestores'.
– Não há nem mesmo sistema de Internet (Wi-Fi) funcionando nos pontos indicados pela Secretaria Municipal e Superintendência Estadual de Turismo (SEMDESTUR-SETUR), completam as fontes bastante indignadas com a situação.
Em toda a cidade de Porto Velho, mesmo num rápido giro pelos bairros e até no centro comercial da cidade, a questão do lixo e ausência de caixas coletoras de material reciclável é um assunto recorrente. O descarte continua acontecendo dentro do Rio Madeira, nos córregos e igarapés. E nas praças e calçadas das residências do Centro Antigo.
A olho nu, basta uma averiguação relâmpago para se constatar que as pessoas insistem em desrespeitar a legislação ambiental e lançam materiais inservíveis em qualquer ponto da cidade. Latinhas de cerveja, refrigerante, garrafas pet, sacolas plásticas, material corrosivo (ferro, metal, cal, invólucros com ácidos e borrifadores) seriam os mais encontrados nos locais.