Candelária, PORTO VELHO – Será entregue ao público no domingo 5, a partir das 9h, parte do trecho da malha férrea que era coberta pela Litorina (vagão a motor) entre a cidade e a centenária Igreja da Candelária.
A obra, de pouco de mais um quilômetro em linha reta, foi recuperado com a ajuda da Associação dos Ferroviários da Estrada de Ferro Madeira Mamoré (ASFEMAM), amigos, parceiros e apoiadores da entidade. Além do esforço gigantesco em ceder máquinas e pessoal feito pela 17ª Brigada, em Rondônia.
Participaram do empreendimento, além dos dirigentes ferroviários puxados pelo presidente e o seu Vice da categoria, José Bispo de Morais e George Teles de Menezes, a Santo Antônio Energia Sustentável (CSAE), Prefeitura e a Federação do Comércio no Estado (FECOMERCIO).
Segundo Bispo de Morais, “o que vai acontecer no domingo 5, trata-se de um ato cidadão há muito negado aos ferroviários pelo poder público e político”. Ele diz, ainda, que, “se juntos fizemos essa obra, por que, então, não podemos chegar a Guajará-Mirim?”, indagou.
A volta da Litorina sobre os trilhos, apesar do caminho mais curto, “é a constatação de que a recuperação da Ferrovia é viável”, completa o octogenário líder dos ferroviários.
– Para ele, esse sonho, com a vinda do DNIT nacional, em breve, tudo poderá acontecer, inclusive, a liberação de recursos federais, completou Bispo.
Durante a solenidade, com a presença já confirmada do prefeito Hildon Chaves e de outras autoridades, a ASFEMAM lançará o “Livro de Ouro da Ferrovia”. O objetivo é legitimar a busca da restauração de todo o Complexo Ferroviário, não apenas na parte urbana defendida pelo município.
Outro objetivo é o de identificar durante a solenidade autores que, por ventura, chamaram para si a guarda involuntária de peças do acervo ferroviário, muitas das quais, supostamente, em poder de escritores, historiadores, pesquisadores, agentes do Estado e do Município.
A finalidade principal desse ato cidadão, considerado mais que “correto política e culturalmente”, é o de se fazer que as demais pessoas sigam o exemplo do presidente da Fundação Cultural (FUNCULTURAL), museólogo Antônio Ocampo, que admitiu ter em sua “guarda” uma peça rara durante a fase do desmonte da ferrovia.
Com a desativação da ferrovia no século passado, o município de Porto e o Estado rondoniense, respectivamente, “perderam a chance a chance de azeitar a denominada máquina da indústria sem chaminés”, aponta o consultor Lemes Soares, 47.
Segundo disse ao NEWSRONDÔNIA, “a volta da ferrovia sob os trilhos de Porto Velho a Guajará-Mirim, na ligação com a República da Bolívia (Guayamerín, Departamento BENI), o turismo terá a oferta de viagens contínuas por esse trajeto e retorno na geração de emprego e renda”.
Com as viagens ao redor dos dois países (Brasil e Bolívia), o trajeto poderá incluir ainda o trecho até a Vila do Abunã, na divisa com o vizinho Acre, onde se constrói a ponte ligando os dois Estados.
“Teremos momentos de glamour, não tão longos como uma viagem da Rússia á Coréia do Norte, mas um passeio a mais singrando a floresta beirando o Rio Madeira”, assinalou Soares.