O ChatGPT não utilizará mais o travessão em seus textos sempre que o usuário pedir — mudança que elimina uma das características mais reconhecidas (e criticadas) do estilo da inteligência artificial. A atualização foi anunciada nesta sexta-feira (14) pelo CEO da OpenAI, Sam Altman.
“Vitória pequena, mas feliz”, escreveu Altman em seu perfil no X. Segundo o executivo, o chatbot “finalmente fará o que deveria fazer”, em referência às recorrentes reclamações de usuários que pediam para a IA evitar o uso do sinal de pontuação, mas ainda assim viam o travessão aparecer nos textos.
Por que o travessão virou “marca registrada” das IAs?
Amplamente usado na língua portuguesa para iniciar falas, fazer intercalações e dar destaque a trechos específicos, o travessão acabou sendo associado à escrita de IAs nos últimos anos. Isso ocorre porque:
- Ao treinar modelos com grandes volumes de textos formais, literários e jornalísticos, o sistema aprendeu que o travessão aparece em conteúdos considerados “bem escritos”;
- O resultado foi o uso excessivo desse sinal, criando uma espécie de impressão digital estilística do ChatGPT;
- Nas redes sociais, virou teoria comum a ideia de que “texto com muitos travessões” provavelmente foi gerado por IA.
Apesar disso, especialistas ressaltam que o uso do travessão, por si só, não comprova que um texto é artificial, já que até mesmo detectores de IA ainda têm limitações. Muitos outros indícios são analisados, como:
- repetição de frases;
- estruturas muito parecidas;
- monotonia textual;
- falta de conexão entre ideias.
Altman não mencionou se o modelo receberá novas atualizações para lidar com esses outros sinais.
Travessão, hífen e meia-risca: não confunda
O travessão, introduzido no português no século XVI, costuma ser confundido com:
- Hífen – menor, usado para ligar palavras compostas e separar sílabas;
- Meia-risca – também curta, utilizada em intervalos, como “2010–2020”.
A decisão da OpenAI atende ao apelo de usuários que temiam que seus textos fossem interpretados como artificiais devido ao uso frequente desse sinal.
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