O governo do estado intensifica a coleta de DNA de familiares de pessoas desaparecidas, fortalecendo o Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG) e ampliando as chances de reencontros. A ação integra a 3ª edição da campanha nacional, que se encerra nesta sexta-feira (15), mas o atendimento segue disponível durante todo o ano, de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 13h30, em qualquer unidade da Superintendência de Polícia Técnico-Científica (Politec).
As coletas são realizadas de forma gratuita, rápida e indolor, com agendamento prévio para garantir privacidade. O serviço é oferecido nas unidades de perícia em Porto Velho, Ariquemes, Ji-Paraná, Jaru, São Miguel do Guaporé, Rolim de Moura, Cacoal, Vilhena e Guajará-Mirim.
Para o governador Marcos Rocha, a iniciativa reforça o compromisso com a dignidade humana. “Cada amostra coletada é uma possibilidade de resposta, e investimos em capacitação e novas tecnologias para agilizar análises e integrar forças de segurança na resolução dos casos”, afirmou.
Tecnologia que conecta histórias
O BNPG, parte da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG), cruza dados de familiares com amostras de pessoas não identificadas ou que perderam a memória, acelerando investigações e casos humanitários. Além da coleta, a Politec orienta famílias sobre suporte psicológico e social por meio do Caps, Cras e outros serviços públicos.
O superintendente da Politec, Domingos Sávio de Oliveira da Silva, reforça que o trabalho vai além do aspecto técnico. “O DNA fecha ciclos de incerteza e traz paz. Recebemos cada família com dignidade e explicamos o processo sem criar falsas esperanças, cuidando também da saúde mental durante a busca”, destacou.
Investimentos e modernização
Nos últimos anos, Rondônia implantou o Instituto de DNA Criminal de Porto Velho, reconhecido internacionalmente, e investiu mais de R$ 6 milhões do Fundo Estadual de Segurança Pública em equipamentos, plataformas automatizadas, treinamentos e modernização dos laboratórios de Porto Velho e Vilhena.
O secretário de Segurança, Defesa e Cidadania (Sesdec), Felipe Bernardo Vital, ressaltou a importância da integração. “O Banco Nacional é uma construção coletiva, e Rondônia tem papel fundamental. Nossa meta é que nenhuma história fique sem resposta”, disse.
Realidade social e dados
Estudo nacional do Ministério da Justiça e Segurança Pública aponta que a maioria dos desaparecimentos está ligada à vulnerabilidade social, transtornos mentais e ausência de vínculos familiares. Em Rondônia, entre 2024 e 2025, foram registrados 1.451 casos. Cada coleta é uma oportunidade de encerrar ciclos de dor ou promover reencontros, com apoio integrado entre perícia, rede de assistência e comunidades.