O Brasil deu um passo inédito na adaptação climática ao inaugurar, nesta terça-feira (16), em Porto Velho, o primeiro Centro de Clima e Saúde (CCSRO) do país, com atuação territorial voltada à região amazônica. A unidade foi lançada pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e está instalada na nova sede da Fiocruz em Rondônia, também inaugurada na mesma data.
O centro integra o AdaptaSUS – Plano Nacional de Adaptação do Setor Saúde às Mudanças Climáticas, apresentado durante a COP30, realizada em novembro, em Belém (PA). O plano prevê 27 metas e 93 ações até 2035, voltadas à mitigação e adaptação dos impactos climáticos sobre a saúde pública brasileira.
Com investimento aproximado de R$ 60 milhões, oriundos do Ministério da Saúde e da Fiocruz, o CCSRO consolida o Brasil como referência internacional nas agendas de saúde, clima e sustentabilidade, além de representar um dos principais legados práticos da COP30 para o setor público.
Durante a cerimônia de inauguração, o ministro Alexandre Padilha destacou que os efeitos das mudanças climáticas já impactam diretamente a saúde da população, especialmente na Amazônia. Segundo ele, o novo centro permitirá monitoramento contínuo e produção de dados estratégicos. “Este Centro vai possibilitar o acompanhamento sistemático dos impactos climáticos na saúde e apoiar estados e municípios no planejamento de ações para reduzir os efeitos das queimadas, secas e enchentes sobre a população”, afirmou.
O CCSRO terá papel fundamental no suporte técnico às secretarias de saúde, contribuindo para a formulação de políticas públicas mais eficientes diante de eventos extremos, como ondas de calor, crises hídricas, enchentes e aumento de doenças relacionadas ao clima. A iniciativa também fortalece a articulação entre ciência, gestão pública e vigilância em saúde, com foco na proteção das populações mais vulneráveis.
A instalação do centro em Rondônia reforça a estratégia de descentralização das ações de saúde e coloca a Amazônia no centro do debate climático e sanitário, alinhando desenvolvimento científico, políticas públicas e justiça socioambiental.










































