O médico rondoniense Dr. Júnior Beloti, professor de Urgência e Emergência na Afya Porto Velho, integra a força-tarefa que atua em Rio Bonito do Iguaçu (PR), município devastado por um tornado de grande intensidade. O desastre deixou seis mortos, 750 feridos e destruiu quase toda a área urbana, mobilizando equipes de vários estados para reforçar o atendimento emergencial.
Ao chegar à cidade, Beloti descreveu um cenário de destruição praticamente total. “O primeiro contato foi com a cidade 90% destruída e muita gente tentando retirar o que sobrou ou reconstruir. A prioridade médica sempre será o amparo físico e mental, além da organização de uma unidade capaz de atender todos os tipos de ocorrência”, relatou.
Segundo o médico, a demanda atendida pela equipe vai desde casos simples até ocorrências graves. “Os mais comuns foram dor de barriga, mas também tivemos quedas de altura e parada cardíaca”, afirmou. Ele destaca que atuar em uma estrutura colapsada exige adaptação rápida, mesmo para equipes experientes. “O maior desafio é trabalhar em outro ambiente, com outras equipes e outro tipo de estrutura. Mas, como a força-tarefa é formada por profissionais que já atuam juntos em outras missões, a integração funciona muito bem”, completou.
Além dos atendimentos médicos diretos, o impacto emocional sobre a população preocupa. “O principal apoio necessário aqui será o psicológico. A Força Nacional do SUS montou uma estrutura com psicólogos, psiquiatras e toda a equipe necessária para amparar quem precisar”, disse Beloti.
Experiência que faz diferença
Com formação em atendimento pré-hospitalar, cursos de resgate em áreas remotas e atuação em outras tragédias climáticas, como as enchentes do Rio Grande do Sul, Beloti afirma que a vivência acumulada se torna fundamental em cenários extremos. “O atendimento pré-hospitalar é dinâmico. Toda experiência aprendida em outras situações é válida para somar em necessidades como essa”, avaliou.
Ele finaliza citando um lema da Guarda Costeira americana que considera essencial para quem atua em situações críticas: “Paratus semper Paratus. Pronto sempre prontos”.











































