O etarismo, ou preconceito contra pessoas idosas, se manifesta em diversos contextos, como no trabalho, na saúde e na vida cotidiana, afetando a autonomia e a autoestima. Segundo dados do IBGE, a população idosa no Brasil cresceu de 15,2 milhões em 2000 para 33 milhões em 2023, e a tendência é que chegue a 75,3 milhões em 2070, representando quase 40% da população.
Impactos do etarismo
A fisioterapeuta Isabela Azevedo Trindade, presidente do Departamento de Gerontologia da SBGG, destaca que o preconceito se traduz em representações estereotipadas de idosos como frágeis ou incapazes, infantilização, superproteção ou desconsideração da autonomia.
“Ele favorece o isolamento social, induz ao não engajamento em atividades produtivas e perpetua a ideia de que o envelhecimento é negativo. Isso impacta a saúde física e mental da pessoa idosa”, alerta Isabela.
Intergeracionalidade como estratégia
Para combater o etarismo, especialistas apontam que o convívio entre gerações é fundamental. A troca entre jovens e idosos ajuda a valorizar a experiência, reforça a autoestima e promove inclusão social.
“É preciso mostrar idosos ativos, capacitar profissionais da saúde, fomentar políticas públicas e estimular a empregabilidade de pessoas idosas”, ressalta Isabela.
Além disso, manter hábitos saudáveis, como atividade física, alimentação equilibrada e sono adequado, contribui para um envelhecimento positivo.
Educação e cultura
O secretário nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, Alexandre da Silva, enfatiza que a educação e a cultura influenciam diretamente na percepção da velhice:
“A criança que não tem visão positiva do envelhecer também vai reproduzir preconceitos. O mesmo vale para adolescentes e outras faixas etárias.”
Como estratégia prática, o Ministério dos Direitos Humanos lançou a revista em quadrinhos Turma da Mônica em: Intergeracionalidade, promovendo diálogo entre gerações e abordando respeito, diversidade e etarismo.
No lançamento do gibi, a pensionista Varlinda Lisboa Leite, de 61 anos, destacou a importância de transmitir experiências para seu neto de 12 anos, reforçando o valor da troca de conhecimentos entre diferentes faixas etárias.









































