O Ministério da Saúde anunciou, nesta quarta-feira, 22 de outubro de 2025, novas ações em Brasília para expandir e qualificar os serviços de radioterapia no Sistema Único de Saúde (SUS). Entre as medidas apresentadas pelo ministro Alexandre Padilha, destaca-se a criação de um auxílio para pacientes e um estímulo financeiro anual de R$ 156 milhões para os serviços de saúde.
O ministro Padilha afirmou que as ações elevam a radioterapia para “outro patamar” no cuidado ao paciente com câncer. O novo auxílio visa custear transporte, alimentação e hospedagem dos pacientes e seus acompanhantes, com um valor de R$ 150 para transporte e mais R$ 150 por dia para despesas de alimentação e hospedagem.
Auxílio e centralização de medicamentos
A medida de auxílio é vista como fundamental, pois quase 40% dos pacientes oncológicos do SUS precisam se deslocar, em média, por 145 quilômetros para realizar o tratamento de radioterapia, que é indicado em 60% dos casos de câncer.
Outra ação é a centralização da aquisição de medicamentos para o tratamento do câncer. A União assumirá a responsabilidade pela compra de medicamentos de alto custo e novas tecnologias em oncologia. A expectativa é que, com a negociação em escala nacional, haja uma redução de até 60% nos preços.
Estímulo financeiro para mais atendimentos
O Ministério da Saúde também mudou a forma de financiamento, estabelecendo um mecanismo de estímulo financeiro para aumentar o número de pacientes atendidos com radioterapia. As novas regras preveem que unidades que atenderem mais pacientes por acelerador linear receberão mais recursos por procedimento.
O acréscimo varia: 10% a mais por procedimento para unidades que atenderem entre 40 e 50 novos pacientes por equipamento, 20% para 50 a 60, e 30% para mais de 60 novos pacientes. A mudança tem o objetivo de reduzir o tempo de espera do tratamento, utilizando ao máximo a capacidade ociosa dos equipamentos.
As medidas para o cuidado oncológico fazem parte do programa “Agora Tem Especialistas”, lançado em maio com a meta de reduzir o tempo de espera por atendimentos especializados na rede pública. O governo também planeja mobilizar o setor privado, oferecendo condições especiais de financiamento para equipamentos, desde que as instituições privadas ofertem, no mínimo, 30% de sua capacidade instalada para o SUS por, no mínimo, três anos.