Em alusão ao Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, celebrado neste sábado (11), o Governo de Rondônia, por meio da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), realizou na sexta-feira (10) uma roda de conversa com pacientes do Programa da Obesidade, desenvolvido na Policlínica Oswaldo Cruz, em Porto Velho. O encontro reuniu profissionais de saúde e pessoas em acompanhamento, promovendo um momento de troca de experiências e valorização de histórias de superação.
O governador Marcos Rocha destacou a importância social do programa. “O Programa da Obesidade é um exemplo de cuidado humanizado e de gestão eficiente da saúde pública. O governo tem trabalhado para que os rondonienses tenham acesso a tratamentos especializados e transformadores”, afirmou.
Acompanhamento multiprofissional
Coordenado pela enfermeira Viviane Câmara, o Programa da Obesidade tem como objetivo oferecer atendimento multiprofissional a pessoas com obesidade. A equipe conta com psicólogos, endocrinologistas, nutricionistas, assistentes sociais e enfermeiros. Atualmente, mais de 800 pacientes são acompanhados — quase 100 passaram por cirurgia bariátrica em 2025, e outros 39 têm o procedimento previsto ainda neste ano.
Segundo a coordenadora, a pandemia agravou os casos de obesidade. “A pandemia trouxe ansiedade e hábitos alimentares desregulados. Muitos pacientes ganharam peso e desenvolveram doenças associadas. Nosso desafio é ajudá-los a reencontrar equilíbrio físico e emocional. Aqui criamos uma grande família, e isso nos motiva”, destacou Viviane.
Histórias que inspiram
Entre os relatos emocionantes, está o de Ediane Valéria Gama, 42 anos, moradora de Jaru. Ela viajou mais de 290 quilômetros para participar de sua primeira consulta no programa. “Esperei um ano na fila e cheguei muito feliz por ser acolhida. Já pesei 116 kg, hoje estou com 110 kg, e quero mudar minha vida e dar exemplo para minha filha”, contou.
Outra história inspiradora é a de Érika Rodrigues, 46 anos, técnica de enfermagem. Ela iniciou o tratamento em 2018 com 105 kg e, após cirurgia bariátrica, eliminou mais de 40 kg. “O acompanhamento do programa foi essencial. Eles não tratam só o corpo, tratam o emocional e o social. Recuperei a autoestima e a vontade de viver”, comemorou.
Olhar humanizado
A nutricionista e médica Larissa Santos destacou que cada paciente tem uma história única. “O foco não é apenas perder peso, mas aprender a se alimentar de forma saudável e sustentável”, explicou.
A enfermeira Morgana Lorena Dartibarle reforçou que a obesidade é uma doença crônica que exige tratamento contínuo. “Não é preguiça nem fraqueza. É uma condição de saúde que precisa de cuidado e empatia.”
Para a assistente social Marilene Pinheiro Amarante, o diferencial do programa é o acolhimento. “Recebemos pacientes de todo o estado e todos são tratados com respeito. Muitos dizem que aqui não se sentem discriminados. Isso dá sentido ao nosso trabalho.”
O secretário estadual de Saúde, Jefferson Rocha, ressaltou que o programa é referência no estado. “A obesidade é uma questão de saúde pública e precisa ser enfrentada com estrutura, empatia e acompanhamento”, concluiu.