A região das Américas corre o risco de perder o status de livre do sarampo, conforme alerta Jarbas Barbosa, diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). A doença, que é altamente infecciosa, tem se espalhado no Canadá, México e Estados Unidos, pondo em risco a meta de um mundo livre do sarampo até 2030.
Para que um país com surto recupere o status de livre da doença, é necessário retornar a zero casos em um período de 12 meses. O prazo de 12 meses para o Canadá termina no final de outubro, enquanto os Estados Unidos têm até janeiro de 2026 e o México até fevereiro.
Queda na Vacinação e Desinformação
A principal causa da disseminação da doença é a queda nas taxas de vacinação, conforme Jarbas Barbosa. O diretor da Opas evitou criticar políticas específicas, mas enfatizou a importância de informações públicas precisas para garantir que as taxas de imunização não diminuam.
“Precisamos nos ater à ciência e à evidência”, disse Barbosa em entrevista à Reuters, em Londres, 6 de outubro de 2025. Ele citou a falta de evidências que relacionem vacinas ao autismo, contradizendo teorias promovidas por céticos.
O Risco nas Américas
A Opas, que é o braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) para as Américas, recomenda que 95% da população esteja vacinada para evitar a disseminação do sarampo. A infecção viral causa febre e erupção cutânea, podendo levar a complicações perigosas.
Dados da OMS mostram que no Canadá, 92% da população recebeu a primeira dose e apenas 79% tomou a segunda dose, necessária para a proteção total. O país registrou mais de 5 mil casos de sarampo este ano e duas mortes, incluindo a de um bebê recém-nascido em Alberta.
Os Estados Unidos e o México também enfrentaram surtos significativos de sarampo em 2025, com milhares de casos e algumas mortes registradas. A região das Américas só havia recuperado seu status de livre do sarampo em 2024, após o fim de um surto no Brasil. Embora os EUA estejam em processo de saída da OMS, eles continuam membros da Opas.