Uma pesquisa conduzida pelo Ipsos, a pedido da Bayer, indicou que 25% das mulheres brasileiras não utilizam nenhum método contraceptivo atualmente. Esse número é considerado significativo pelos pesquisadores, especialmente porque mais de 62% das entrevistadas já vivenciaram, ao longo da vida, ao menos uma gravidez não planejada.
O levantamento ouviu 800 mulheres entre 18 e 60 anos, em todo o Brasil, e foi realizado entre 21 e 28 de agosto.
Embora 91% das mulheres já tenham usado algum método em algum momento, a pesquisa aponta uma grande lacuna de conhecimento sobre opções modernas recomendadas por diretrizes internacionais, como os métodos contraceptivos de longa duração (DIUs e implantes). Por exemplo, 67% das entrevistadas não sabem que o DIU hormonal tem cobertura obrigatória pelos planos de saúde (Agência Nacional de Saúde), sendo que o desconhecimento é ainda maior nas classes D e E (76%).
Além disso, nove em cada dez mulheres (89%) afirmaram não saber diferenciar as versões de cobre e hormonal do DIU. O médico ginecologista Rodrigo Mirisola, da Bayer, ressaltou que a “informação de qualidade é uma ferramenta poderosa” para promover o conhecimento e democratizar o cuidado reprodutivo.
Redes sociais como principal fonte de informação
A pesquisa também revelou a forte influência do ambiente digital na busca por informações sobre saúde: 59% das mulheres recorrem à internet como principal fonte. Entre as jovens de 18 a 29 anos, o índice sobe para 62%.
Essa busca se divide entre sites e fóruns (34%), grupos de WhatsApp, Facebook e Instagram (15%), e perfis de influenciadores no Instagram, TikTok e Kwai (12%).
O médico Edson Ferreira, da Divisão de Ginecologia do Hospital das Clínicas da USP, alertou para o risco dessa prática, que pode expor as mulheres a informações equivocadas e sem embasamento científico. “Tomar como base experiências isoladas ou relatos que propagam mitos pode levar a escolhas inadequadas de métodos contraceptivos, insegurança em relação à contracepção e, consequentemente, perpetuar as gravidezes não planejadas,” afirmou.
O especialista reforçou a importância de buscar orientação médica para evitar a renúncia a cuidados contraceptivos por influência de conteúdos digitais, garantindo eficácia e segurança.