Uma nova diretriz brasileira, desenvolvida por grandes associações de saúde, como a Abeso e a Sociedade Brasileira de Cardiologia, estabelece que a avaliação do risco cardiovascular deve ser obrigatória para todos os pacientes com sobrepeso ou obesidade. O documento visa a classificar os pacientes em risco baixo, moderado ou alto, utilizando ferramentas como o escore Prevent para calcular a probabilidade de eventos como infarto e AVC nos próximos dez anos.
A diretriz, intitulada “Diretriz Brasileira Baseada em Evidências de 2025”, detalha os critérios para cada categoria de risco. O risco cardiovascular alto, por exemplo, é atribuído a pessoas com doenças crônicas confirmadas, como infarto agudo do miocárdio, ou a pacientes com diabetes tipo 2 há mais de dez anos. Uma categoria específica também foi criada para o risco de insuficiência cardíaca, voltada para pessoas com IMC maior que 40, mesmo sem sintomas aparentes, ou com obesidade e apneia do sono grave.
O novo documento também aborda o uso de medicamentos conhecidos como “canetas emagrecedoras”, que contêm substâncias como a liraglutida e a semaglutida. A diretriz recomenda o uso desses fármacos para pacientes com sobrepeso ou obesidade que apresentam risco moderado ou alto de problemas cardiovasculares, com o objetivo de promover a perda de peso e reduzir os riscos de infarto e AVC.
A diretriz enfatiza que a perda de peso é crucial para pessoas com obesidade e condições associadas, como a apneia obstrutiva do sono ou insuficiência cardíaca. Nesses casos, a redução do peso pode levar à melhora ou até mesmo à remissão da apneia, além de melhorar a qualidade de vida e a capacidade física.