Um novo consenso clínico europeu, publicado na Revista Europeia de Cardiologia Preventiva em 18 de setembro de 2025, no Rio de Janeiro, reafirma a importância da vacinação contra covid-19. O documento, elaborado por cinco entidades médicas, aponta que a imunização não apenas reduz a gravidade da doença, mas também protege contra a covid longa e suas complicações cardiovasculares, como miocardite e infarto.
O texto ressalta que a vacinação contra covid-19 é a principal estratégia de prevenção e reduz em mais de 40% o risco de covid longa em pessoas que receberam duas doses, quando comparadas a não vacinadas. Os especialistas também indicam a imunização como forma de aliviar os sintomas em quem já desenvolveu a covid longa.
Riscos da covid-19 para o sistema cardiovascular
O consenso destaca que as complicações cardíacas são comuns após a infecção. Pessoas que contraíram a doença têm duas vezes mais risco de desenvolver problemas cardiovasculares, um risco que aumenta para quatro vezes em casos de hospitalização. Esse risco elevado pode persistir por até três anos depois da infecção.
É estimado que aproximadamente 5 milhões de pessoas no mundo enfrentam a covid longa cardíaca, com sintomas como arritmia, falta de ar e fadiga.
Vacinas são seguras
O documento também esclarece que os efeitos adversos da vacina contra covid-19 são raros e, na maioria das vezes, leves. Um estudo citado mostra que, entre 2,5 milhões de pessoas vacinadas, apenas 54 tiveram miocardite, em quadros leves ou moderados. Segundo o médico Renato Kfouri, da Sociedade Brasileira de Imunizações, a miocardite causada pela doença em si é mais frequente e grave.
Kfouri também reforça os grupos que precisam se vacinar anualmente, como idosos e imunocomprometidos. Desde 2024, a vacina contra a covid-19 foi incluída no calendário básico de vacinação de crianças a partir dos 6 meses, com o objetivo de proteger os grupos mais vulneráveis à hospitalização.