A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) vai avaliar a inclusão da forma injetável da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) para prevenção do HIV. Atualmente, o SUS já oferece os medicamentos em forma de comprimido, que precisam ser tomados diariamente. A nova versão, que seria aplicada a cada dois meses, pode garantir maior adesão e proteção, conforme estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A pesquisa, realizada com 1.400 pessoas em seis cidades brasileiras, mostrou que a maioria prefere o método injetável, com 94% comparecendo para tomar as doses no prazo correto.
O parecer da Conitec é o primeiro passo para a inclusão de qualquer tecnologia no Sistema Único de Saúde (SUS), e sua análise considera critérios científicos e econômicos. O pedido foi feito pela farmacêutica GSK, que produz o cabotegravir, a primeira PrEP injetável de longa duração aprovada no Brasil. O Ministério da Saúde informou que o número de usuários de PrEP no SUS chegou a 119 mil neste ano.
Apesar dos avanços na prevenção, o Brasil registrou um aumento de novas infecções por HIV em 2023, com 46.495 casos notificados, um crescimento de cerca de 2 mil casos em relação ao ano anterior. Mais de 40% das novas infecções ocorreram em homens de 20 a 29 anos. No entanto, a mortalidade por aids no país caiu 32,9% entre 2013 e 2023, graças à evolução dos tratamentos.