O Brasil registrou 45.511 atendimentos de emergência no Sistema Único de Saúde (SUS) relacionados a envenenamento que resultaram em internação, ao longo dos últimos dez anos. Os dados, divulgados pela Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede), revelam que o país tem uma média de 4.551 casos por ano, o que equivale a um caso de envenenamento a cada duas horas.
O estudo também mostrou que 3.461 pacientes foram internados por intoxicação proposital, ou seja, causada por terceiros. De acordo com a Abramede, a facilidade de acesso a venenos, a falta de fiscalização e a impunidade são fatores que contribuem para a persistência desses casos, que muitas vezes têm motivações emocionais.
Substâncias e regiões mais afetadas
As principais substâncias envolvidas nos casos de envenenamento foram produtos químicos e medicamentos, como analgésicos e pesticidas. Em envenenamentos acidentais, a exposição a analgésicos e medicamentos para dor lidera a lista.
A distribuição geográfica dos casos mostra que a Região Sudeste concentra quase metade das ocorrências, com mais de 19 mil atendimentos em dez anos. O estado de São Paulo, sozinho, responde por 10.161 registros. Em seguida, vêm as regiões Sul (9.630 casos) e Nordeste (7.080 casos).
Em relação às intoxicações propositais, a maioria também ocorre no Sudeste, com 1.513 casos. No entanto, as demais regiões apresentam totais próximos, mostrando que o problema se manifesta em todo o país. O perfil das vítimas indica que homens são mais afetados, e os grupos etários de maior risco são jovens adultos (20 a 29 anos) e crianças (1 a 4 anos).