No Dia Mundial de Combate ao Colesterol, celebrado nesta sexta-feira (8), a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) emitiu um alerta sobre os riscos cardiovasculares do uso de anabolizantes. Segundo a entidade, essas substâncias, que imitam a testosterona, são usadas para ganho de massa muscular, mas têm efeitos negativos graves. O uso indiscriminado tem se tornado um fator de risco silencioso, principalmente entre a população mais jovem.
A SBEM explica que os anabolizantes reduzem o colesterol bom (HDL) e aumentam o ruim (LDL). Além disso, causam resistência à insulina e acúmulo de gordura, levando à síndrome metabólica. Essa condição clínica aumenta consideravelmente o risco de problemas cardiovasculares. O alerta da SBEM se baseia em estudos que mostram o impacto dessas substâncias na saúde.
Pesquisas confirmam os riscos
Uma pesquisa publicada na revista Sports Medicine Open avaliou os efeitos metabólicos em fisiculturistas. O estudo revelou que os usuários de anabolizantes apresentaram alterações significativas no perfil lipídico e hepático. Eles tinham uma queda expressiva no colesterol HDL e aumento nas enzimas do fígado, o que sugere um alto risco cardiovascular, mesmo em jovens aparentemente saudáveis.
Outro estudo, da revista Reviews in Endocrine and Metabolic Disorders, confirmou que o uso prolongado de anabolizantes está associado à síndrome metabólica. A pesquisa aponta que, mesmo após a interrupção do uso, o organismo pode manter alterações hormonais e inflamatórias que elevam os riscos de infarto e AVC. A SBEM alerta que há relatos de infarto precoce em pessoas com menos de 40 anos, sem histórico familiar, mas que usavam essas substâncias.
Conselho de Medicina proíbe a prescrição estética
Em 2023, o Conselho Federal de Medicina (CFM) vetou a prescrição de anabolizantes com fins estéticos, para ganho de massa muscular ou melhora de desempenho esportivo. A decisão se baseou na falta de comprovação científica de segurança e benefício.
O CFM listou diversos efeitos adversos, como hipertrofia cardíaca, hipertensão, infarto agudo do miocárdio, doenças no fígado e transtornos mentais, como depressão.