O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP) lançaram nesta segunda-feira, 4 de agosto, a cartilha “Saúde Ocular na Infância”. O material foi desenvolvido para oferecer orientações a pais e educadores, especialmente com o retorno às aulas, sobre cuidados essenciais com a visão de crianças e adolescentes. A publicação aborda desde o desenvolvimento visual dos bebês até temas mais específicos como conjuntivite, uso de telas e exames oftalmológicos.
Cuidados com Conjuntivite, Terçol e Telas
A cartilha detalha como lidar com problemas comuns. Para a conjuntivite viral, a recomendação é usar compressas frias e manter a higiene, evitando compartilhar objetos. No caso do terçol, a aplicação de compressas mornas e massagens suaves na região são indicadas. Já para a obstrução do canal lacrimal em bebês, massagens no canto dos olhos podem ajudar. Se o problema persistir, a busca por ajuda médica é essencial.
O documento também alerta sobre o uso excessivo de telas. Para evitar o cansaço visual, o CBO recomenda evitar a exposição antes dos 2 anos e limitar o uso a três horas diárias na adolescência. A regra 20-20-20, que consiste em olhar para algo a seis metros de distância por 20 segundos a cada 20 minutos de tela, é uma prática sugerida.
Prevenção e Sinais de Alerta
A publicação destaca a importância da prevenção. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 80% dos casos de cegueira infantil poderiam ser evitados com diagnóstico precoce. O CBO alerta para problemas de refração, como miopia e astigmatismo, que podem atingir de 1,44% a 18,63% das crianças e evoluir para quadros mais graves se não forem tratados.
Pais e professores devem ficar atentos a sinais como dificuldade para enxergar a lousa, dores de cabeça frequentes ou aproximação excessiva de telas e livros. A cartilha também orienta sobre os marcos visuais do bebê, como fixar o olhar no primeiro mês e reconhecer rostos aos nove meses.
Exames oftalmológicos completos são indicados pelo menos duas vezes na infância: entre 6 e 12 meses e entre 3 e 5 anos, mesmo sem sintomas aparentes.