O boletim semanal Infogripe, divulgado nesta quinta-feira, 24 de julho de 2025, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Rio de Janeiro, aponta uma queda no número de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) no Brasil. Na maior parte do país, as hospitalizações por influenza A e vírus sincicial respiratório (VSR) diminuíram. Nos óbitos com resultado laboratorial positivo nas últimas quatro semanas, 63,2% foram causados por influenza A.
A incidência de SRAG, no entanto, ainda é alta entre crianças pequenas, para as quais o VSR é o principal vírus identificado. Quanto aos casos de SRAG em idosos, associados à influenza A, apesar da queda na maior parte do país, os números permanecem elevados em estados das regiões Centro-Sul, Norte e Nordeste.
Situação da Covid-19 e Recomendações
A pesquisadora do Infogripe, Tatiana Portella, informou que os casos graves de covid-19 estão em baixa e estáveis na maior parte do Brasil. A única exceção é o Ceará, onde foi identificado um leve aumento nas notificações de casos graves pelo vírus. No Rio de Janeiro, o aumento dos casos de SRAG por covid-19 nas últimas semanas perdeu força, conforme os dados mais recentes.
“De qualquer forma, a gente continua recomendando que as pessoas mantenham a vacinação contra a influenza e a covid-19 em dia. E, para quem mora nos estados com alta de casos de SRAG, a orientação é seguir usando máscara em locais fechados, em unidades de saúde e diante do aparecimento dos sintomas de gripe ou resfriado”, alertou a pesquisadora.
Prevalência dos Vírus
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos de SRAG foi a seguinte:
Vírus Sincicial Respiratório (VSR): 50,6%
Influenza A: 21,2%
Rinovírus: 26,2%
Sars-CoV-2 (covid-19): 2,9%
Influenza B: 1,5%
Entre os óbitos, a presença dos mesmos vírus foi de:
Influenza A: 63,2%
Vírus Sincicial Respiratório (VSR): 17%
Rinovírus: 12,3%
Sars-CoV-2 (covid-19): 5,1%
Influenza B: 1,9%
Mesmo com tendência de queda geral no país, os casos de SRAG associados ao VSR em crianças pequenas permanecem em níveis elevados, exceto no Amapá, Distrito Federal e Tocantins. Em relação aos idosos, os casos de SRAG associados à influenza A continuam em níveis que variam de moderado a alto em estados das regiões Centro-Sul e em alguns estados do Norte e Nordeste.
Destaque em Capitais
Entre as 27 capitais brasileiras, apenas Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, apresenta nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco, com sinal de crescimento. A retomada do aumento no número de casos de SRAG na capital sul-mato-grossense ocorre em praticamente todas as faixas etárias, com exceção das crianças de 2 a 4 anos e da população de 50 a 64 anos.