Uma nova pesquisa da Academia Americana de Medicina do Sono (AASM) indica que a má qualidade do sono pode ter um impacto significativo nas relações interpessoais, levando a maiores níveis de insegurança e ciúme. Os achados foram divulgados nesta terça-feira, 10 de junho, durante a conferência anual Sleep, nos Estados Unidos.
O estudo aponta que o “apego ansioso”, um padrão emocional caracterizado por desconfiança, medo de rejeição e baixa autoestima em relacionamentos, é mais prevalente em indivíduos com sono deficiente. Da mesma forma, a privação de sono tende a intensificar sentimentos de ciúme.
Segundo Giovanni Alvarado, principal autor da pesquisa e doutorando na Universidade Estadual de Montana (EUA), o sono exerce uma influência variada nas emoções sociais, dependendo do estilo de apego de cada pessoa. “A forma como o indivíduo lida com os vínculos afetivos molda quais emoções são mais sensíveis à qualidade do sono”, explica Alvarado.
A AASM reitera que uma boa noite de sono é essencial para a saúde mental e emocional. A organização recomenda que adultos durmam, no mínimo, sete horas por noite, com qualidade e regularidade, e sem distúrbios como insônia ou apneia.
A pesquisa envolveu 68 jovens adultos, que completaram questionários sobre seus hábitos de sono e experiências relacionais. Por duas semanas, eles também registraram diariamente suas emoções e comportamentos sociais. Alvarado enfatiza que os resultados “reforçam a conexão complexa entre o sono e as interações interpessoais”. Ele detalha que pessoas com apego ansioso ou que já possuem insegurança nos relacionamentos são mais propensas a sentimentos como inveja e ciúme quando estão com sono insuficiente. “A privação de sono pode tornar essas pessoas mais vulneráveis emocionalmente, dificultando a forma como lidam com situações sociais”, conclui o pesquisador.