O HPV (papilomavírus humano) é um dos maiores desafios da medicina moderna, sendo a principal causa do câncer de colo do útero. No entanto, uma descoberta promissora pode transformar esse cenário: a cientista mexicana Eva Ramón Gallegos desenvolveu um tratamento inovador capaz de erradicar completamente o vírus em 29 pacientes.
A pesquisadora, reconhecida internacionalmente por suas inúmeras publicações e mais de 11 premiações, dedicou mais de duas décadas ao desenvolvimento dessa tecnologia. Utilizando a terapia fotodinâmica, um método seguro e não invasivo, Eva conseguiu resultados impressionantes na eliminação do vírus.
Como funciona o tratamento?
O procedimento desenvolvido por Eva aplica ácido delta-aminolevulínico diretamente no colo do útero das pacientes. Esse composto se transforma em uma substância fluorescente que se acumula nas células infectadas, permitindo que um feixe de laser elimine as áreas comprometidas com precisão.

Cada paciente passa por três sessões, com um intervalo de 48 horas entre elas. Após o tratamento, exames como citologia e colposcopia confirmam a erradicação do vírus. Os testes demonstraram que o método é altamente eficaz em lesões de baixo grau, embora tenha menor impacto em casos mais avançados.
Reconhecimento e impacto
Desde 2012, Eva e sua equipe do Instituto Politécnico Nacional (IPN) trabalham para tornar essa alternativa viável e acessível. Seu esforço foi amplamente reconhecido, rendendo premiações como o Prêmio Nacional em Ciência e Tecnologia de Alimentos e a Medalha de Mérito em Ciência e Tecnologia.
Em 2019, a pesquisadora foi listada entre as 100 mulheres mais poderosas do México pela Forbes, consolidando seu nome na história da ciência.
O futuro da terapia fotodinâmica
O sucesso inicial do estudo realizado em 2020, na Cidade do México, abriu caminho para novas pesquisas. Agora, Eva e sua equipe trabalham para expandir o alcance da terapia fotodinâmica, tornando o tratamento acessível a um número maior de pacientes ao redor do mundo.
Embora os resultados mais recentes ainda não tenham sido publicados, a cientista mantém-se confiante de que sua descoberta pode representar um avanço significativo no combate ao HPV.
Se confirmada sua eficácia em larga escala, essa inovação pode mudar a forma como o mundo trata essa infecção viral, salvando incontáveis vidas.