O Ministério da Saúde instituiu o dia 17 de novembro como o Dia Nacional de Combate à Tuberculose, criado para alertar a população sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento. Em Rondônia, a Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa), tem monitorado os indicadores e chama a atenção para a busca ativa de pacientes e diagnóstico diferenciado na Rede Pública de Saúde.
De acordo com dados do Relatório Global da Tuberculose 2020, ao longo de 2019, a doença infectou mais de dez milhões de pessoas e levou a óbito mais de 1,2 milhões em todo o mundo. No Brasil, considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um dos 30 países que concentram 90% dos casos, foram registrados 96 mil novos diagnósticos no mesmo período, sendo 6.700 fatais.
A Coordenação Estadual de Vigilância e Controle da Tuberculose da Agevisa, dispõe de indicadores que registram uma redução nas notificações da doença, que pode ser entendidos como reflexo da pandemia do coronavírus e a falta do diagnóstico diferenciado, tendo em vista alguns sintomas serem similares.
De acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan Net) da Agevisa, a quantidade de óbitos preocupa o poder público. Para uma leitura estratificada no ano de 2017, foram registrados 792 casos, com um percentual de 19,8% de abandono e dez óbitos por tuberculose.
No ano de 2018 foram registrados 683 casos, 22,1% de abandono e cinco óbitos. Em 2019, ano que iniciou a pandemia, foram registrados ainda 752 casos, 23,5 % de abandono e sete óbitos; fato que chamar a atenção para 2020 que registrou uma queda para 607 casos notificados, 24% a mais que outros anos de abandono e 13 óbitos.
A coordenadora da Agevisa, Nilda de Oliveira, afirma que em 2021, ainda com dados parciais, é mais preocupante, pois já foram registrados 466 casos notificados e 12 óbitos. Segundo ela o número deve servir de alertar para intensificar o trabalho de combate à tuberculose.
Nilda Oliveira comenta ainda que os sintomas da covid-19 e da tuberculose são facilmente confundidos. “A Tuberculose é uma doença infecciosa de transmissão aérea altamente transmissível, causada pela bactéria mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch. A tosse é o sintoma mais comum, mas as pessoas também podem manifestar febre e sudorese noturna, perder peso e sentir indisposição geral”, explica.
PLANO
Em outubro, o Governo Federal lançou o plano nacional pelo fim da tuberculose como problema de saúde pública, com estratégias para os anos de 2021 a 2025. O documento tem como objetivo informar as coordenações estaduais, municipais, sociedade civil sobre metas, indicadores e execução do plano.
Em Rondônia, o Poder Executivo Estadual tem utilizado o plano como norteador das ações, adaptando ao planejamento estratégico da Agevisa. Dentro das ações realizadas estão: capacitações, seminários, visitas técnicas e compra de insumos para atender as atividades de combate à Tuberculose.
“A nossa coordenação tem feito monitoramento dos índices por meio do Sinan para dar visibilidade a situação e orientar os profissionais das regionais. Em agosto, fizemos uma reunião técnica virtual onde foram debatidos os indicadores com às Gerências Regionais de Saúde, de forma setorizada, para que cada localidade possa tomar providência e intensificar as ações de combate, inclusive com busca ativa”, finalizou o diretor-geral da Agevisa, Gilvander Gregorio.
Fonte
Texto: Aurimar Lima
Fotos: Aurimar Lima, Lidiane Pereira e Jeferson Mota
