O Hospital Regional de Vilhena vem ganhando holofotes nos últimos dias, devido, a terceirização em alguns setores do local que está fazendo com que os profissionais do município e do setor privado não tenham diálogo para exercer um trabalho homogêneo, em vista, que os médicos particulares argumentam que não são pagos para exercer determinada função.
Esse problema surgiu após uma gestante internada, prestes a passar pelo procedimento de parto, promover um escândalo nos corredores do hospital para seu desejo de fazer uma cesariana, seja exercido, em vista, que a mesma dizia não ter condições de ter de forma natural, como a médica que a acompanhava queria.
A gestante mesmo fazendo esse alarde todo, acabou sendo obrigada a fazer o parto da forma que a médica queria, deixando a mulher com sequelas e laceração grave. Após investigações, foi constatado um difícil processo de transição na gestão de setores do sistema hospitalar municipal, que está acontecendo nas últimas semanas, em vista, da terceirização de alguns setores.
Vale a pena lembrar que a terceirização do sistema de saúde em Vilhena começou em meados de 1998, com o então prefeito, Heitor Tinti Batista, que promoveu ação neste sentido, contratando uma empresa para gerir totalmente o Hospital Regional, decisão que gerou polêmica, mas que depois acabou funcionando bem até o início de 2000, quando foi excluída do município assim que o sucessor assumiu o cargo.
A Secretaria de Comunicação do Município afirmou que os setores de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Regional vem sendo geridos por uma empresa de médicos vilhenenses há seis anos. Ou seja, na gestão de Zé Rover, mais ou menos quando começaram os escândalos que acabaram tirando o mesmo do mandato e que tinha suas ações voltadas para o setor da saúde.
Neste ano, Eduardo Japonês queria aumentar a terceirização do sistema, passando o Pronto Socorro para a iniciativa privada e aproveitando assim o momento em que seria necessário promover licitação para a renovação do contrato de gestão da Ginecologia e Obstetrícia. Entretanto, o que não se esperava é que uma empresa de São Paulo ganharia o certame mesmo ficando na terceira posição, já que as duas primeiras foram desclassificadas devido problemas de documentação.
A empresa de São Paulo, chamada Medicando Serviços Médicos, atua em vários estados do país, e chegou a Vilhena há um mês, porém, de acordo com Marcelo Gomes, que administra a empresa na cidade, a responsabilidade dos médicos da empresa é a partir da porta do consultório médico para dentro.
“Nossa responsabilidade começa da porta do consultório médico para dentro. Nós não temos nada a ver com triagem, regulação, ordem de atendimento. Nossos profissionais não recebem por procedimentos, mas sim por tempo de trabalho, e temos nossa conduta focada na obediência aos protocolos, no atendimento humanizado e na padronização dos serviços”, explicou o gestor.
Marcelo Gomes afirmou que no Pronto Socorro a empresa dispõe de médicos atendendo em trio durante os plantões e que 95% dos contratados são profissionais da cidade de Vilhena. Entretanto, quando se trata da Ginecologia e Obstetrícia a situação se inverte, com quase todo o quadro clínico composto por médicos de fora.
O acontecimento da gestante, mencionado no início da matéria foi levado ao conhecimento do administrador da Medicando, ao diretor do Hospital Regional e a um servidor veterano do sistema de saúde local, na qual cada um, acabaram admitindo que existe um conflito interno entre servidores do Município e médicos da empresa.
“É uma situação de adaptação com mudanças, e toda mudança gera resistência”, disse Gomes, ao admitir que, “há um grupo de funcionários que está insatisfeito com as alterações”. Já o diretor do hospital, Clair Cunha, fala que o sistema atravessa um período de ajustes e que “mudanças pontuais” serão necessárias para acertar as coisas.
Não foi encontrada nenhuma situação grave que possa desabonar a empresa Medicando. Assim como também não há nenhum precedente que convença ser a iniciativa da prefeitura algo nocivo ao sistema de saúde local ou aos pacientes.