A obesidade já deixou de ser uma questão estética há muito tempo para se tornar um problema de saúde pública com dimensões mundiais.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, em todo mundo mais de 1,9 bilhão de adultos estão com sobrepeso e cerca de 600 milhões com obesidade.
No Brasil, os dados não são muito diferentes e nos últimos anos se teve um aumento do número de pessoas acima do peso. Nos últimos 35 anos, o percentual desse grupo passou de 5,4% para 21%, o que representa cerca de 1 milhão de novos casos por ano.
Se analisado um período menor de tempo, de 2006 a 2018, o aumento do número de obesos foi de 67,8%.
Quando se analisa a faixa etária, algumas se destacam em relação à quantidade de pessoas obesas. Os adultos de 25 a 34 anos e 35 a 44 anostiveram um crescimento de 84,2% e 81,1%, respectivamente.
Quando comparado o percentual de homens e mulheres que estão acima do peso, as mulheres lideram com 20,7% contra 18,7% dos homens.
Olhando o cenário nacional, o excesso de peso é algo que preocupa porque já atinge 55,7% da população.
De encontro a esses números, está o aumento no consumo de regular de frutas e hortaliças que aumento cerca de 15,5% entre 2008 e 2018. Ao mesmo tempo se teve um aumento da prática das atividades físicas (25,7%) e diminuição do consumo de refrigerantes e bebidas açucaradas (-53,4%), há a questão da obesidade aumentar.
Apesar de se adotar alguns hábitos saudáveis, especialistas apontam como motivo para o ganho de peso o consumo de alimentos ultraprocessados que tenham um alto teor de açúcar e gordura.
A obesidade infantil também é outro fator que preocupa. Há cerca de 45 anos, 1/3 das crianças do mundo tinham desnutrição e hoje essa mesma relação corresponde as que têm obesidade infantil. Isso é um reflexo da mudança de hábitos dos últimos anos.
Como é determinada a obesidade
Para determinar se uma pessoa está com sobrepeso ou obesa, é feito o cálculo de índice de massa corporal (IMC). Ele divide o peso da pessoa por sua altura ao quadrado.
Existe uma tabela de resultados que determina como a pessoa se classifica em relação ao seu peso. Se o resultado for inferior a 18,5, ela está abaixo do peso; entre 18,5 e 24,9 o peso está normal, de 25 e 29,9 acima do peso; entre 30 e 39,9 é obesa e acima de 40 se está com obesidade mórbida.
Esse diagnóstico deve ser realizado por um médio e deverá ser acompanhado para que a pessoa possa perder peso e voltar a índices considerados normais e que não apresentam risco à saúde.
Os riscos da obesidade
Estar acima do peso é uma questão de saúde porque já existem diferentes estudos que indicam que o excesso de gordura corporal contribui para o surgimento de outros problemas ou agravamento de alguns.
Além disso, hoje em dia há possibilidades como a telemedicina e outras formas saudáveis de iniciar um tratamento adequado.
Dentre algumas doenças agravadas pela obesidade podemos citar:
- Hipertensão: esse é um problema que mata mais de 9 milhões de pessoas no mundo por ano e que se torna 2,5 vezes mais comum em pessoas que estão cima do peso.
- Asma: as pessoas obesas têm maior tendência de desenvolver o problema e dificuldade para controlar a doença.
- Apneia do sono: outro problema respiratório e que causa dificuldade para dormir. A pessoa que sofre com a apneia do sono se sente cansada durante o dia e tem dificuldade para realizar suas tarefas.
- Gordura no fígado: também conhecida como fígado gordo, esse órgão infiltrado por células de gordura. Em pessoas obesas, as chances de ocorrer são 65% maiores e em obesos mórbidos chega a 85%.
- Diabetes: A doença faz com que se eleve os níveis de açúcar no sangue e isso pode trazer muitas complicações. Os obesos têm 3,5 vezes mais chances de sofrer com a doença.
Existe ainda uma lista extensa de outras doenças que têm seu potencial ampliado quando se está acima do peso, entre elas os problemas cardíacos que podem levar ao infarto ou acidente vascular cerebral.
Mais estudos estão sendo feitos, mas acredita-se que o excesso de gordura corporal possa prejudicar ainda mais o funcionamento do organismo e desencadear outros problemas de saúde.
A obesidade vem aumentando e, enquanto a causa não for tratada, cada vez mais terão pessoas nesse grupo e que tendem a ter problemas de saúde.