Porto Velho, RO – O caos no sistema público de saúde na capital parecia ter amenizado após a saída do ex-secretário Orlando Ramires, mas ao que tudo indica foi apenas uma questão de tempo, em especial para os funcionários e pacientes que buscam atendimento na Unidade de Saúde do bairro Castanheira.
A UBS que foi entregue há apenas 8 meses, pelo então prefeito Hildon Chaves, já apresenta diversos problemas. Em meio ao caos de tanta reclamação, a equipe de reportagem esteve em in-loco para acompanhar as denúncias.
Segundo um paciente, há dias que a central de ar, que fica na recepção foi retirada para manutenção. No prédio, há várias centrais de ar, mas devido problemas na fiação elétrica, as demais centrais não são utilizadas. Isso foi porque recentemente a UBS foi inaugurada!
Ainda na recepção, não há se quer água mineral para os paciente e muito menos para os servidores.
As denúncias não param por aí. Exemplo disso, é que na sala de processamento, falta iluminação adequada, a pia não tem água, e muitas das vezes, o profissional necessita ir até a copa para lavar as mãos (um absurdo).
A água que chega nos banheiros das pias é da cor abaixo, representada na foto abaixo.
Na unidade, várias pacientes (mulheres) buscam atendimento para realizar o PCCU – Preventivo do Câncer do Colo Uterino. Após a coleta, este material deveria ser todo processado através do cadastro no sistema CNES – Código Nacional do Estabelecimento de saúde, mas como a unidade utilizava o código da Unidade Amorim de Matos, tal procedimento foi travado e o material colhido corre o risco de ser descartado. A notícia que se tem, é que todos os dias os pacientes buscam colher o resultado deste exame, mas os funcionários ficam de mãos atadas sem saber o que fazer.
Outra questão bastante importante, também citada acima sobre o cadastro do CNES, é que os funcionários ficaram impossibilitados até de emitir o cartão do SUS. O consultório odontológico também é um dos atendimentos mais buscados pela população, mas falta material de insumo, principalmente anestésico, como também manutenção na cadeira do dentista.
Nessa altura do campeonato ou caos, a população tenta recorrer ao diretor da unidade, mas para tal surpresa, desde a inauguração seis diretores já foram trocados, muitos em tempo recorde. O último diretor, segundo informações da população e funcionários, faz três semanas que esteve na unidade. Dessa forma, os próprios funcionaram se viram como pode e faz das tripas o coração, e embora todo esforço ainda são taxados de preguiçosos e xingados.
Também na ocasião, a equipe de reportagem conversou com a mãe de uma bebê, que estava no local. Segundo relato, durante o atendimento de corujão na unidade, um pai invadiu o local procurando socorro, pois o filho recém nascido estava sem fôlego, sofrendo convulsões e não tinha na unidade AMBU e balão de oxigênio.
Uma outra reclamação de pacientes se dá durante os corujões. Após receberem atendimento médico, os pacientes precisam de medicamentos, mas os relatos dão conta que a noite a farmácia da unidade é fechada, ficando assim impossibilitados de fazer a retirada de remédios.
A equipe de reportagem indagou os pacientes sobre o tratamento recebido por parte dos funcionários, porém todos que estavam na recepção foram unânimes em parabenizar o que ali estão cumprindo o plantão. "Acredito que eles fazem até mais do que eles poderiam fazer. Não tenho o que me queixar deles, sempre que procurei atendimento fui bem tratada," afirmou uma paciente.
Para encerrar a visita na unidade, outras três situações chamaram atenção. Primeiro, que nos consultórios médicos, não há persianas nas janelas, ou seja, se o paciente ficar despido e alguém passar na janela (foto abaixo) pode terminar em confusão.
Segundo, que na copa, há um bebedouro com a seguinte mensagem: "COLABORE PARA COMPRAR ÁGUA".
Terceiro, que um banheiro masculino foi transformado em depósito de material. A equipe de reportagem tentou contato com a SEMUSA, mas sem sucesso. O Jornal deixa espaço aberto, caso queiram se manifestar.