O Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, declarou nesta quinta-feira, 18, que o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia vive um momento decisivo. Segundo o chanceler, a reunião de cúpula que ocorrerá neste sábado, 20, no Paraná, representa a etapa final das tratativas. Ele alertou que, se o documento não for assinado agora, não haverá mais espaço para negociações substantivas.
A fala do ministro reforça o posicionamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que recentemente afirmou que o Brasil não voltará a tratar do tema durante seu mandato caso a resposta atual seja negativa. Vieira explicou que o governo brasileiro está disposto a redirecionar suas energias para outros mercados estratégicos que aguardam por parcerias comerciais com o bloco sul-americano.
Otimismo moderado e rede de proteção econômica
Apesar do tom de ultimato, o chanceler demonstrou otimismo ao mencionar que a maioria dos países envolvidos é favorável ao acordo. Para Vieira, o tratado funcionaria como uma “rede de proteção” em um cenário de desequilíbrio nas relações internacionais globais. Ele acredita que a União Europeia compreende a importância estratégica de concluir a aliança neste momento de incertezas.
O governo brasileiro argumenta que já cedeu em todos os pontos possíveis para viabilizar a integração entre os blocos. A cúpula em Foz do Iguaçu é vista como o palco para o desfecho de décadas de diálogos, sendo o “agora ou nunca” para o tratado que visa reduzir tarifas e facilitar o fluxo de mercadorias e serviços entre a América do Sul e a Europa.
Expansão para novos mercados e exportações
Enquanto aguarda a definição com os europeus, o Ministério das Relações Exteriores destaca que o Brasil tem tido sucesso em abrir novas frentes comerciais. A estimativa é que a expansão para outros mercados globais incremente as exportações brasileiras em 33 bilhões de dólares em um prazo de cinco anos. Somente no setor agropecuário, foram abertos 500 novos mercados recentemente.
Vieira atribuiu esse crescimento ao papel diplomático exercido pelo presidente Lula em suas viagens internacionais. Segundo o chanceler, os mais de 60 encontros presenciais com chefes de Estado fortaleceram a imagem do país e diversificaram a pauta exportadora, garantindo alternativas econômicas robustas caso o acordo com a União Europeia não se concretize neste final de semana.









































